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Joel, 2
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Joel

Joel, 2

1 Tocai a trombeta em Sião, soltai gritos sobre o meu santo monte! Estremeçam todos os habitantes da terra, porque se aproxima o dia do Senhor, está perto,

2 Dia de trevas e de escuridão, dia de nublados e de sombras! Como a luz da aurora se espalha sobre os montes, assim um povo numeroso e possante (se difundirá por toda a vossa terra de Israel), semelhante ao qual não houve desde o princípio, nem depois haverá outro no decorrer dos séculos.

3 Diante dele (virá) um fogo devorador, e atrás uma chama abrasadora; a terra que, antes dele (chegar), era um jardim de Eden, depois dele ficará sendo a desolação dum deserto, sem haver nada que lhe escape.

4 O seu aspecto é como o aspecto de cavalos; avançam como corcéis.

5 (O seu ruído é) como o estrondo de carros a saltar sobre os cumes dos montes, como o crepitar da chama que queima a palha seca; dir-se-ia uma multidão de gente armada para o combate.

6 A sua vista ficam atormentados os povos; todos os rostos empalidecem,

7 Correm como valentes, escalam as muralhas como homens de guerra; cada um segue a sua via, sem confusão de caminhos.

8 Não se embaraçam uns aos outros, cada um marcha no seu lugar; ainda mesmo quando atingidos por golpes, não cessam de avançar.

9 Entram nas cidades, correm por cima dos muros, sobem às casas, entram pelas janelas como um ladrão.

10 A terra treme diante deles, os céus se abalam, o sol e a lua se escurecem, as estrelas retiram o seu resplendor.

11 Porque o Senhor faz ouvir a sua voz ante a face do seu exército; são inúmeros e fortes os seus batalhões, poderoso o executor da sua palavra. O dia do Senhor é grande e sobremaneira terrível. Quem o poderá suportar?

12 Mas agora ainda, diz o Senhor, convertei-vos a mim de todo o vosso coração, com jejuns, com lágrimas e com gemidos.

13 Rasgai os vossos corações, e não as vossas vestes, e (contritos no vosso inferior) convertei-vos ao Senhor vosso Deus, porque ele é benigno e compassivo, paciente e de muita misericórdia. Inclinado a arrepender-se do castigo que inflige.

14 Quem sabe se ele quererá voltar atrás, mudando de conselho, e deixar após si alguma bênção, (alguma, coisa de que possais fazer) oferenda e libação ao Senhor vosso Deus?

15 Tocai a trombeta em Sião, ordenai um jejum sagrado, convocai uma assembleia,

16 fazei vir o povo, determinai uma santa reunião, juntai os velhos, congregai os pequeninos e os meninos de peito; saia o esposo da sua câmara, e a esposa do seu leito.

17 Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, postos entre o pórtico e o altar, e digam; Perdoa, Senhor, ao teu povo, e não deixes cair a tua herança em opróbrio, de sorte que as nações a escarneçam. Porque os povos diriam; Onde está o seu Deus?

18 O Senhor, tomado de zelo pela sua terra, perdoou ao seu povo.

19 O Senhor, respondendo, disse ao seu povo; Vou enviar-vos trigo, vinho novo e azeite, e ficareis saciados destes géneros; não vos entregarei mais ao insulto das nações.

20 Afastarei de vós aquele (inimigo) que vem da parte do Aquilão, e lançá-lo-ei para uma terra árida e deserta; a sua vanguarda para a banda do mar oriental, e a sua rectaguarda para o mar ocidental; (ali) exalar-se-á um cheiro infecto um cheiro de podridão, porque (o Senhor, castigando) fez grandes coisas.

21 Não temas, terra (de Judá), exulta e alegra-te, porque o Senhor fez grandes coisas (em teu favor).

22 Não temais, animais do campo, porque as pastagens do deserto reverdecerão, porque toda a árvore dará o seu fruto, a figueira e a vinha produzirão abundantemente.

23 Filhos de Sião, exultai e alegrai-vos no Senhor vosso Deus, porque ele vos dará a primeira chuva, mandar-vos-á chuvas copiosas, fará descer sobre vós, como no princípio, chuvas do outono e da primavera.

24 As vossas eiras se encherão de trigo, e os vossos lagares trasbordarão de vinho e de azeite.

25 Recompensar-vos-ei dos anos, cujos frutos foram devorados pelo gafanhoto, pelo yeleg, pelo hasil e pelo gazam, esse poderoso exército que mandei contra vós.

26 Comereis e saciar-vos-eis destes bens, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus, que fez em vosso favor maravilhas; e o meu povo jamais tornará a cair na confusão.

27 Sabereis então que estou no meio de Israel, que sou o Senhor vosso Deus e que não há outro. E o meu povo jamais tornará a cair na confusão.

28 Depois disto, acontecerá que derramarei o meu espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão (comunicações por melo de) sonhos, e os vossos jovens terão visões.

29 Derramarei também naqueles dias o meu espírito sobre os escravos e as escravas.

30 Farei aparecer prodígios no céu e na terra, sangue, fogo e turbilhões de fumo.

31 O sol converter-se-á em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.

32 Todo o que invocar o nome do Senhor será salvo, porque um resto escapado se achará, como o Senhor disse, sobre o monte Sião e em Jerusalém; e entre os sobreviventes, estarão os que o Senhor tiver chamado.

Notas:

Edição da bíblia traduzida da vulgata pelo Padre Manuel de Matos Soares, 1956. Recomenda-se ler a obra original com os comentários do padre Matos Soares em português.

Segundo o Catecismo, 5ª Parte, § 4º, podem ler-se as traduções em língua vulgar da Bíblia desde que sejam reconhecidas como fiéis pela Igreja Católica, e venham acompanhadas de explicações ou notas aprovadas pela mesma Igreja. A Igreja proíbe as Bíblias protestantes porque ou estão alteradas e contêm erros, ou porque, faltando-lhes a sua aprovação e as notas explicativas das passagens obscuras, podem causar dano à Fé. Por isso a Igreja proíbe também as traduções da Sagrada Escritura já aprovadas por Ela, mas reimpressas sem as explicações que a mesma Igreja aprovou. Sendo assim, é necessário também ler as notas explicativas da versão impressa da Bíblia do Padre Matos Soares, edição de 1956.

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