
Judite, 9
1 Depois que eles se retiraram, entrou Judite no seu oratório, pôs o seu cilício, lançou cinza sobre a sua cabeça e, prostrando-se diante do Senhor, fez esta oração:
2 Senhor Deus de meu pai Simeão, que lhe deste a espada para se vingar dos estrangeiros que, arrastados pela paixão, violaram e ultrajaram com afronta o pudor de uma virgem,
3 que abandonaste as mulheres deles à presa, as filhas ao cativeiro, e todos os seus despojos em partilha aos teus servos, que se abrasaram em teu zelo, socorre, te peço, ó Senhor meu Deus, esta viúva.
4 Tu operaste as maravilhas dos tempos antigos, determinaste que umas sucedessem a outras, e fez-se (sempre) o que quiseste.
5 Todos os teus caminhos estão preparados, e fundaste os teus juízos na tua providência.
6 Lança agora os olhos sobre o acampamento dos Assírios, como noutro tempo te dignaste lançá-lo sobre o acampamento dos Egípcios, quando, armados, corriam atrás dos teus servos, fiando-se nos seus carros, na sua cavalaria e na multidão dos soldados.
7 Bastou um olhar teu sobre o seu acampamento, e as trevas lhes tiraram as forças.
8 O abismo reteve os seus passos, e as águas os cobriram.
9 Assim pereçam também, Senhor, estes que confiam na sua multidão, que se gloriam dos seus carros, dardos, escudos, frechas e lanças,
10 e que não sabem que tu és o nosso Deus, que desde os tempos antigos desbaratas os exércitos, e que o teu nome é o Senhor.
11 Levanta o teu braço, como outrora fizeste, e, com a tua força, quebra a sua fortaleza; diante da tua ira caia a força destes que prometeram a si próprios violar o teu Santuário, profanar o tabernáculo do teu nome e derrubar com a espada a majestade do teu altar.
12 Faz, Senhor, que a soberba deste homem seja cortada com a sua própria espada;
13 seja ele preso ao laço dos seus olhos, fixos sobre mim; fere-o com as doces palavras dos meus lábios.
14 Dá firmeza ao meu coração para eu o desprezar, e fortaleza para o perder.
15 Ganhará o teu nome uma glória memorável, se a mão de uma mulher o derrubar.
16 O teu poder, Senhor, não está na multidão, nem tu te comprazes na força dos cavalos; nunca te agradaram os soberbos, mas sempre te agradou a súplica dos humildes e dos mansos.
17 Deus dos céus, Criador das águas e Senhor de todas as criaturas, ouve esta miserável, que te suplica e que espera tudo da tua misericórdia.
18 Lembra-te, Senhor, da lua aliança, põe tu as palavras na minha boca, fortifica a resolução do meu coração, para que a tua casa permaneça sempre santificada
19 e para que todas as nações conheçam que tu és Deus e que não há outro senão tu.
Notas:
Edição da bíblia traduzida da vulgata pelo Padre Manuel de Matos Soares, 1956. Recomenda-se ler a obra original com os comentários do padre Matos Soares em português.
Segundo o Catecismo, 5ª Parte, § 4º, podem ler-se as traduções em língua vulgar da Bíblia desde que sejam reconhecidas como fiéis pela Igreja Católica, e venham acompanhadas de explicações ou notas aprovadas pela mesma Igreja. A Igreja proíbe as Bíblias protestantes porque ou estão alteradas e contêm erros, ou porque, faltando-lhes a sua aprovação e as notas explicativas das passagens obscuras, podem causar dano à Fé. Por isso a Igreja proíbe também as traduções da Sagrada Escritura já aprovadas por Ela, mas reimpressas sem as explicações que a mesma Igreja aprovou. Sendo assim, é necessário também ler as notas explicativas da versão impressa da Bíblia do Padre Matos Soares, edição de 1956.
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