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Algumas curiosidades sobre o Papa João XXIII

Algumas curiosidades sobre o Papa João XXIII

Em 1926, Angelo Roncalli, futuro Papa João XXIII, escreveu a um ortodoxo cismático:

“Os católicos e os ortodoxos não são inimigos, mas irmãos. Temos a mesma fé, participamos nos mesmos sacramentos e, sobretudo, na mesma Eucaristia. Separam-nos alguns mal-entendidos sobre a constituição divina da Igreja de Jesus Cristo. Aqueles que causaram esses mal-entendidos já morreram há séculos.
Vamos deixar de lado as velhas contendas e, cada um no seu campo, vamos trabalhar para tornar bons os nossos irmãos, oferecendo-lhes os nossos melhores exemplos.
Mais tarde, ainda que tendo partido de caminhos diferentes, encontrar-nos-emos na união das Igrejas para formar juntos a verdadeira e única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.” [1]

Enquanto Cardeal

Em 1935, Angelo Roncalli viajou à Turquia e fez amizade com o Sub-Secretário do Ministério de Relações Exteriores, Namam Rifat Menemengioglu. [2] Menemengioglu disse a Roncalli: “A laicidade do Estado é o nosso princípio fundamental e a garantia de nossa liberdade.” Roncalli respondeu: “A Igreja será cuidadosa em não infringir vossa liberdade.” [3]

Na Turquia, Roncalli também afirmou:

“Vós irlandeses sois impossíveis. No momento em que vindes ao mundo, até antes de serdes baptizados, começais a condenar todos os que não pertencem à Igreja, especialmente os protestantes!” [4]

Esta afirmação, segundo o ainda Cardeal Angelo Roncalli e futuro Papa, implicava que a única verdadeira Igreja ainda não fora estabelecida.

Quando Angelo Roncalli foi elevado a Cardeal, ele insistiu em receber o seu chapéu de cardeal de um ateu socialista e manifesto anticlerical, chamado Vincent Auriol, Presidente da República de França, o qual Roncalli descreveu como “um socialista honesto.” [5]

Roncalli ajoelhou-se perante Auriol, e Auriol colocou o barrete de cardeal sobre a cabeça de Roncalli. Auriol logo pendurou uma “extensa fita vermelha ao redor do pescoço do cardeal, abraçando-o com um pequeno apertão que imprimiu uma intimidade calorosa ao protocolo formal.” [6]

Auriol teve de enxugar as suas lágrimas com um lenço quando Roncalli se retirou para assumir a sua nova dignidade de “cardeal.” [7]

Quando se tornou Papa

Ao se tornar Papa, João XXIII também era conhecido como um “bom amigo e confidente” de Edouard Herriot, secretário dos radicais socialistas anti-católicos (da França). [8] Talvez o melhor amigo de Roncalli tenha sido o velho e afamado socialista e anticlerical Edouard Herriot. [9]

Apesar de Pio XI sempre ter ensinado:

“Ninguém pode ser ao mesmo tempo um bom católico e um verdadeiro socialista.” [10]

O Papa João XXIII descreveu com estas palavras o que ele considerava que deveria ser a atitude do Segundo Concílio do Vaticano em relação às seitas não-católicas:

“Não temos a intenção de realizar um julgamento do passado. Nós não queremos mostrar quem estava certo e quem estava errado. Tudo o que queremos dizer é, ‘Unamo-nos; ponhamos termo às nossas divisões.’”

As suas instruções ao Cardeal Bea, chefe do Secretariado do Concílio para a União dos Cristãos, foram as seguintes:

“Temos que pôr de lado, por agora, aqueles elementos que nos diferenciam.” [11]

Numa determinada altura, “um congressista, inesperadamente, disse de forma bruta: ‘Sou batista.’ João XXIII disse com um sorriso: ‘Bem, eu sou João.’” [12]

João XXIII disse ao não-católico Roger Schutz, fundador da comunidade ecuménica de Taizé (um mosteiro ecumênico não-católico): “Vós estais na Igreja, ficai em paz.” Schutz exclamou: “mas então nós somos católicos!” João XXIII disse: “Sim, já não estamos separados.” [13]

Entretanto, o Papa Eugénio IV ensinou:

“Aqueles, por conseguinte, que mantêm posições diversas ou contrárias, [a sacrossanta Igreja romana] os condena, reprova e anatematiza, e proclama que são alheios ao corpo de Cristo, que é a Igreja.” (Papa Eugénio IV, Concílio de Florença, Cantate Domino, 1441) [14]

João XXIII recebeu pela primeira vez no Vaticano um “arcebispo” de Canterbury, um “prelado” da Igreja episcopal dos E.U.A., e um sumo sacerdote xintoísta. [15]

João XXIII uma vez comentou:

“Se eu tivesse nascido muçulmano, acredito que permaneceria sempre um bom muçulmano, fiel à minha religião.” [16]

Um dos primeiros atos de João XXIII foi de receber numa audiência o Xá muçulmano do Irão. Quando o Xá do Irão estava para se retirar, “João XXIII deu-lhe a sua bênção, que havia reformulado delicadamente para evitar ofender os princípios religiosos maometanos: ‘Que o mais abundante favor de Deus Todo-poderoso esteja contigo.’” [17]

Ao reformular a bênção, João XXIII:

1. Retirou da bênção a invocação à Santíssima Trindade, para não ofender o infiel; e

2. Deu uma bênção a um membro de uma falsa religião. Isto é contrário ao ensinamento das Escrituras que proíbe dar bênçãos aos não-crentes.

O Papa Pio XI, na Mortalium animos, nos recorda:

“Ninguém ignora por certo que o próprio João, o Apóstolo da Caridade, que em seu Evangelho parece ter manifestado os segredos do Coração Sacratíssimo de Jesus e que permanentemente costumava inculcar à memória dos seus o mandamento novo: ‘Amai-vos uns aos outros’, proibiu inteiramente até mesmo manter relações com os que professavam de forma não íntegra e corrupta a doutrina de Cristo: ‘Se alguém vem a vós e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem digais a ele uma saudação’ (2 João 10).” [18]

Em 18 de Julho de 1959, João XXIII suprimiu a seguinte oração:

“Sede o Rei de todos aqueles que ainda estão sepultados nas trevas da idolatria e do islamismo.” [19]

No seu breve apostólico de 17 de Outubro de 1925, o Papa Pio XI ordenou que esta oração fosse recitada publicamente na festa de Cristo Rei. [20]

João XXIII removeu do calendário dos santos os Quatorze Santos Auxiliares e uma série de outros santos, incluindo a Santa Filomena.

No Concílio Vaticano II, João XXIII viu onde se iam sentar os observadores não-católicos no Vaticano II e disse: “Não serve! Ponham os nossos irmãos separados a minha beira.” Um anglicano satisfeito chegou a dizer: “Portanto, ali estávamos — justamente na primeira fila.” [21]

Após a sua morte

Após a morte de João XXIII, numerosos documentos de comunistas, maçons e judeus foram enviados ao Vaticano, exprimindo as suas mágoas pela morte de João XXIII. Pessoas como “Fidel Castro e Nikida Khrushchev, enviaram mensagens de louvor e tristeza.” [22]

A edição de El Informador, de 4 de Junho de 1963 noticiava: “A Grande Loja Ocidental Mexicana dos Livres e Aceites Maçons, por motivo do falecimento do Papa João XXIII, manifesta publicamente o seu pesar pela desaparição deste grande homem que revolucionou as ideias, pensamentos, e formas da liturgia católica romana.

As encíclicas “Mãe e Mestra” [Mater et Magistra] e “Paz na terra” [Pacem in terris] revolucionaram os conceitos a favor dos direitos do homem e sua liberdade. A humanidade perdeu um grande homem, e nós maçons, reconhecemos seus elevados princípios, seu humanitarismo, e sua condição de grande liberal. [23]

Charles Riandey, um soberano Grão-Mestre das sociedades secretas, no seu prefácio para um livro de Yves Marsaudon (Ministro de Estado do Conselho Supremo das sociedades secretas francesas), declarou:

“Em memória de Angelo Roncalli, sacerdote, Arcebispo de Messamaris, Núncio Apostólico em Paris, Cardeal da Igreja romana, Patriarca de Veneza, Papa de nome de João XXIII, que condescendeu a dar-nos a sua bênção, a sua compreensão, e a sua proteção.” [24]

Um segundo prefácio para o livro foi dirigido ao “seu augusto continuador, sua Santidade o Papa Paulo VI.” [25]

O maçom de grau elevado, Carl Jacob Burckhardt, escreveu no Journal de Geneve:

“Eu conheço o Cardeal Roncalli muito bem. Ele era um deísta e um racionalista cuja força não consistia na habilidade de acreditar em milagres e de venerar o que é sagrado.” [26]

Notas:

[1] Luigi Accattoli, Quando o Papa Pede Perdão, Edições Paulinas, 1998, p.28.

[2] Alden Hatch, A Man Named John, NY, NY: Hawthorn Books Inc., 1963, p.93.

[3] Idem, p.94

[4] Idem, p.96

[5] Idem, p.121

[6] Idem, p.123

[7] Kurt Klinger, A Pope Laughs, p.99.

[8] Rev. Francis Murphy, John XXIII Comes To The Vatican, 1959, p.139.

[9] Alden Hatch, A Man Named John, p.114.

[10] Papa Pio XI, Quadragesimo ano, #120, 15 de Maio de 1931. The Papal Encyclicals, por Claudia Carlen, edição inglesa, Raleigh: The Pieriam Press, 1990, vol. 4 (1903-1939), pág. 434.

[11] Alden Hatch, A Man Named John, p.192.

[12] Idem, p.194.

[13] Luigi Accattoli, Quando o Papa Pede Perdão, p.29.

[14] Denzinger, The Sources of Catholic Dogma, B. Herder Book. Co., 13ª Edición, 1957, no. 705.

[15] Time Magazine, “1962 Man of the Year: Pope John XXIII,” 4 de Janeiro de 1963.

[16] Allegri, Il Papa che ha cambiato il mondo, ed., Reverdito, 1998, pág. 120. Também citado em Sacerdotium, exemplar #11, 2899 East Big Beaver Rd., Suite 308, Troy, MI., pág. 58.

[17] Alden Hatch, A Man Named John, p.193.

[18] The Papal Encyclicals, vol. 3 (1903-1939), p.316.

[19] Luigi Accattoli, Quando o Papa Pede Perdão, p.29.

[20] Cónego Chantre António Joaquim Pereira, Horas de Piedade, 1932, p.127.

[21] Alden Hatch, A Man Named John, NY, p.14.

[22] Alden Hatch, A Man Named John, depois da pág. 238 (7ª página do suplemento).

[23] Guadalajara, Jal, México, 3 de Junho de 1963. Dr. José Guadalupe Zuno Hernández. Pe. Joaquin Arriaga, The New Montiniam Church, p.147.

[24] Piers Compton, The Broken Cross, Cranbrook, Western Australia: Veritas Pub. Co. Ptd Ltd, 1984, p.50.

[25] Idem, p.50.

[26] A.D.O. Datus, “AB INITIO,” p.60.

Notas da imagem:

João XXIII, como cardeal, escolhendo receber o seu chapéu de cardeal das mãos do famoso anticatólico Vincent Auriol.

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