Como o Papa João Paulo II apoiou os modernistas?
João Paulo II nomeou Cardeais a quatro líderes neomodernistas: os teólogos franceses Henri de Lubac e Yves Congar, e os teólogos de língua alemã Hans Urs Von Balthasar e Walter Kasper.
Quem é Henri de Lubac?
Henri de Lubac (1896-1991) é o principal líder francês do que se chama “Nova Teologia”. Esta retomou, depois da Segunda Guerra Mundial, as orientações do modernismo condenado por São Pio X, em 1907 (v.g, confusão do natural com o sobrenatural, evolucionismo doutrinal, etc.); porém de modo mais hábil.
O jesuíta Teillhard de Chardin (1881-1955) dizia de Santo Agostinho:
“Não me falem desse homem nefasto, ele fez tudo desandar ao introduzir o sobrenatural” [53].
Seu confrade e amigo, Henri de Lubac, que sempre o defendeu (e não hesitou, até mesmo, para isso, em falsificar correspondência, fingindo publicá-la integralmente) [54], é muito mais sutil: admite em princípio a distinção entre “natural” e “sobrenatural”; porém trabalha, em seguida, sabiamente, nos seus livros, para fazê-la perder toda a sua consistência.
Sem nada negar muito categoricamente, a “Nova Teologia” é “brilhante” em tornar a tudo fluido, pondo, sistematicamente, em destaque os autores menos precisos.
Invoca os Padres da Igreja contra Santo Tomás; os Padres Gregos contra os Padres Latinos; e, mesmo, se for preciso, Santo Tomás de Aquino contra seus comentadores mais explícitos.
Pio XII condenou as principais teses da “Nova Teologia” em Humanu Generis, escrita em 1950. Todavia, a encíclica nunca foi obedecida. Henri de Lubac, que foi suspenso de cátedra por seus superiores romanos, foi teólogo no Concílio Vaticano II e nomeado Cardeal em fevereiro de 1983.
Quem é Yves Congar?
Yves Congar (dominicano, 1904-1995) é o pai da “Nova Eclesiologia”, isto é, da nova maneira de conceber a Igreja. Discípulo do padre Chenu, fez cursos na faculdade protestante de Estrasburgo, logo depois de sua ordenação sacerdotal. Decidiu consagrar toda a sua vida à reaproximação da Igreja com os hereges e com os cismáticos, chegando até a pretender que:
“Lutero é um dos maiores gênios religiosos de toda a História. Coloco-o, neste aspecto, no mesmo plano de Santo Agostinho e de Santo Tomás de Aquino ou Pascal. De uma certa maneira, Lutero é ainda maior. Repensou o Cristianismo (...) Estudei muito Lutero. Não passa um só mês sem que eu consulte seus escritos”. [55]
Submetido, a partir de 1947, a uma supervisão estreita (ele dirá mais tarde: “Conheci, a partir do começo de 1947, até o fim de 1956, uma série de denúncias, de advertências, de medidas restritivas ou discriminatórias, de intervenções desconfiadas” [56]), continuou sustentando as mesmas ideias virulentamente (ele mesmo conta, no seu Diário íntimo, como foi, por duas vezes, a Roma, urinar na porta do Santo Ofício, em sinal de protesto! [57])
Yves Congar foi, mesmo assim, chamado como expert ao Vaticano II, por João XXIII, e influenciou o Concílio grandemente. João Paulo II o nomeou Cardeal em outubro de 1994.
Quem é Hans Urs Von Balthasar?
Na linha da “Nova Teologia”, Hans Urs Von Balthasar (Suíça, 1905-1988) empregou-se a reconstruir a teologia ao redor de filósofos e poetas modernos.
Muito influenciado pela falsa mística Adrienne Von Speyr (1902-1967) [58], ele igualmente desenvolveu a tese de um inferno vazio.
Nomeado Cardeal, em 1988, por João Paulo II, sua morte inopinada impediu-o de receber o barrete cardinalício.
Quem é Walter Kasper ?
Presidente (desde 2001) do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Walter Kasper é, todavia, um inimigo declarado da Fé Católica.
Em seu livro “Jesus Cristo”, nega abertamente muitos milagres evangélicos:
“[...] É-nos necessário qualificar como lendárias muitas das estórias de milagres contidas nos Evangelhos. É preciso procurar menos, nestas lendas, seu conteúdo histórico do que seu objetivo teológico.” [59]
Duvida da historicidade da Ressurreição:
“Essa constatação de existência de um fundo histórico nos relatos concernentes à Sepultura não implica, de modo algum, uma prova em favor da Ressurreição" [60].
E vai até pôr em dúvida a Divindade de Nosso Senhor, empregando páginas, e mais páginas, para relativizar todas as passagens escriturísticas que lhe fazem menção.
No entanto, Kasper foi nomeado Cardeal, por João Paulo II, em 2001, sem ter se retratado de nenhuma de suas teses.
Notas:
[53] Teillhard de Chardin à Dietrich Von Hildebrand em março de 1948. Ver o testemunho do professor Von Hildebrand em Pensée catholique nº139 (1972), p.14 (tradução de um apêndice de sua obra: The trojan Horse in the City of God, Chicago,1967,p.227-253; esse apêndice sobre Teillhard de Chardin foi omitidona tradução francesa da obra [Paris,Beauchesne,1971].
[54] Ver Henri Rambaud, “Les tricheries Du Père Lubac”, Itinéraires nº 168, p.69-109.
[55] Une vie pour La vérité, entrevista de Yves Congar com Jean Puyo, Paris, Centurion, 1975, p.59 – O Papa Adriano VII, em sua Bula Satis et plus, designou Lutero como “apóstolo do Anticristo”; e Santo Afonso de Ligório chamava-o de “um funesto monstro do inferno”.
[56] Informations Catholiques Internationales de 1º de junho de 1964, p.28.
[57] Em 17 de maio de 1946, depois em 27 de novembro de 1954. Ver Yves Congar, Journal d’un théologien (1946-1956), apresentado e anotado por Étienne Fouilloux, Paris, Cerf, 2001, p.88 e 293
[58] O diário italiano Avvenire (muito próximo ao episcopado italiano) publicou, em 15 de agosto de 1992, testemunhos comprometedores para a pretensa mística: Adrienne Von Speyr aparece neles como orgulhosa, dominadora, preguiçosa, gulosa, colérica e muito pouco devota. Ver Le Courrier de Rome Si Si No No de dezembro de 1992,p.7
[59] Walter Kasper, Jésus Le Christ, Paris, Cerf, 1996 [5ª edição francesa], p.130.
[60] Ibid., p.193.
Catecismo Católico da Crise na Igreja. Pe. Mathias Gaudron.
Notas da ilustração:
Cardeal Walter Kasper com Papa Francisco.
Logo após a sua eleição, na primeira mensagem dominical do Angelus, o Papa Francisco elogiou o entendimento de misericórdia do Cardeal Walter Kasper, que é um tema fundamental em Amoris Laetitia.
O ponto controverso de Amoris Laetitia não é sobre casais divorciados e recasados receberem a Sagrada Comunhão. É sobre casais sexualmente ativos, mas não casados validamente, receberem a Sagrada Comunhão. Quando um casal obtém um divórcio civil e uma declaração canônica de que nunca foram casados validamente, então eles estão livres para se casarem na Igreja e receberem a Sagrada Comunhão, quando estiverem devidamente preparados para recebê-la.
A proposta de Kasper é permitir que uma pessoa receba a Sagrada Comunhão quando ele ou ela pronunciou validamente os votos matrimoniais, mas não está mais vivendo com seu cônjuge e agora vive com outra pessoa, com a qual ele ou ela é sexualmente ativo.
Na realidade, essa proposta abre a porta para que qualquer pessoa, cometendo qualquer pecado, receba a Sagrada Comunhão sem arrependimento do pecado.
Entrevista com o Cardeal Burke sobre a Exortação Apostólica Amoris Laetitia do Papa Francisco, interpretado pelo Cardel Walter Kasper. Disponível em: https://www.catholicaction.org/dubia_em_portugues
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