Deficiências da missa nova
A nova Liturgia é portadora de um espírito próprio, que é um espírito novo. Seu autor principal, padre Annibal Bugnini, podia declarar:
“A imagem da Liturgia dada pelo Concílio é totalmente diferente do que ela era antes”. [272]
Como se pode resumir o espírito que inspirou a redação da Missa nova?
O espírito que inspirou a redação do novo rito da Missa está claramente visível na Introdução Geral do novo missal. Manifesta-se, sobretudo, no seu artigo 7º, que declara:
“A Ceia do Senhor ou Missa é uma sinaxe (assembleia, reunião) sagrada; isto é, a reunião do Povo de Deus, sob a presidência do padre, para celebrar o memorial do Senhor. É por isso que a reunião da Igreja local realiza de modo eminente a promessa de Cristo: “Quando um ou dois estiverem reunidos em Meu nome, estarei lá no meio deles”.
O que se destaca nesse artigo 7º?
A descrição que esse artigo 7º faz da Missa não tem nada de especificamente católico, e poderia muito bem se aplicar à Ceia protestante. Se toma-se esse artigo como uma definição, deve mesmo ser considerado como herético.
Em que esse artigo 7º se opõe ao ensinamento da Igreja?
O artigo 7º se opõe ao ensinamento da Igreja sobre os três pontos essenciais que separam a Missa católica da Ceia protestante:
1. A Missa é essencialmente um sacrifício (propiciatório), não uma assembléia de fiéis reunidos para celebrar um “memorial”;
2. O sacerdote é essencialmente um instrumento (livre e voluntário) pelo qual Cristo renova Seu Sacrifício – e não um simples presidente de assembléia;
3. Nosso Senhor está presente na Eucaristia com Seu Corpo e Seu Sangue, e não somente de modo espiritual (como quando duas ou três pessoas estão reunidas em seu nome).
Pelo menos não é verdade que a Missa é uma reunião de fiéis?
A presença de fiéis não é necessária para a celebração da Santa Missa (embora seja desejável). A terceira oração eucarística favorece o erro sobre este ponto, afirmando:
“Até o fim dos tempos Vós reunis o Vosso Povo, para que Vos ofereça em Vosso Nome uma oblação pura”.
Essa má apresentação da Missa é própria ao artigo 7º ou se encontra em toda a Introdução Geral do novo missal?
Essa má apresentação da Missa se encontra em toda a Introdução geral do missal de 1969, da qual o artigo 7º é perfeito resumo:
1. A palavra “sacrifício” figura algumas vezes, de modo vago, nos 341 artigos dessa introdução; mas nunca se fala de Sacrifício propiciatório (a Missa é apresentada mais como um banquete, um festim, etc.);
2. O fato de o sacerdote ser – e somente ele – o instrumento pelo qual Nosso Senhor, na hora da Consagração, renova o Seu Sacrifício, também nunca é mencionado; [273]
3. A expressão “Presença real” está igualmente ausente. Menciona-se a “presença” de Cristo na Eucaristia; mas da mesma maneira que se fala de Sua “presença” na Sagrada Escritura. – E, a expressão “transubstanciação”, que é a única que exprime sem nenhuma ambiguidade a Fé Católica, foi também omitida [274].
O simples fato de que a palavra “transubstanciação” não figure na Introdução Geral do missal de 1969 não é, entretanto, suficiente para concluir-se que seus autores não acreditavam nela?
Não se trata de julgar a fé pessoal dos autores do novo missal; mas de saber se, objetivamente, a Fé Católica está expressa no mesmo.
Em 1794, Pio VI condenou uma proposição do Sínodo jansenista de Pistóia, que exprimia de modo exato a doutrina católica sobre a Eucaristia, unicamente pela razão de que omitia o emprego da palavra transubstanciação.
Essa única omissão bastou a Pio VI, para declarar que essa proposição favorecia os hereges. [275]
Ora, a Introdução geral do missal de 1969 é muito menos clara, sobre este assunto, do que o Sínodo de Pistóia. E, ao mesmo tempo, este missal suprime muitos sinais de respeito para com a Santa Eucaristia.
É evidentemente perigoso para a Fé.
A Introdução Geral do novo missal não foi depois corrigida?
A Introdução Geral do novo missal, e especialmente seu artigo 7º, suscitaram tal comoção, que foi modificada em 1970. Notadamente, acrescentaram-se (uma vez) as palavras “transubstanciação” e “propiciatório”, a fim de que não se pudesse mais dizer que estas não estivessem no documento. [276]
Mas o novo rito mesmo – cujo espírito o artigo 7º exprimia perfeitamente – não mudou!!! Continua a dar aos fiéis que nele participam a mesma ideia da Missa: uma assembléia do Povo de Deus, para celebrar um memorial, sob a presidência do padre. É quase a concepção protestante.
Notas:
[272] Annibal Bugnini, DC nº 1491 (1967), col. 824.
[273] Pio XII ensina muito claramente: “A imolação incruenta, por meio da qual, depois das palavras da Consagração, Cristo se torna presente, sobre o altar, em estado de vítima, é levada a cabo somente pelo sacerdote, enquanto representa a pessoa de Cristo; não enquanto representa a pessoa dos fiéis.” (Mediator Dei) – Ora, a Introdução Geral afirma que o sacerdote, na Missa, exprime-se seja em nome dos fiéis, seja em seu próprio nome (art 13); mas se omite em dizer que, no momento essencial, na Consagração, é representante só de Cristo.
[274] Alguns protestantes admitem, no limite, a expressão “presença real”; mas não “transubstanciação”, que designa, de modo muito preciso, a mudança de toda a substância do pão na substância do Corpo glorioso de Nosso Senhor – só restando as aparências exteriores.
[275] DS 2629
[276] Essa adição das palavras “transubstanciação” e “propiciatório” foi feita na edição típica (isto é, oficial) do novo missal, promulgada em 26 de março de 1970, pela Congregação do Culto Divino.
Catecismo Católico da Crise na Igreja. Pe. Mathias Gaudron.
Notas da imagem:
Lado homicida e suicida do criador do protestantismo. Sobre os mandamentos, Lutero dizia:
"Todo o Decálogo deve ser apagado de nossos olhos, de nossa alma e de nos outros tão perseguidos pelo diabo... Deves beber com mais abundância, e cometer algum pecado por ódio e para molestar ao demônio...".
Lutero não só afirmava que as boas obras nada valem para a salvação como as amaldiçoava. Mas sobre o pecado, ele dizia:
"Sê pecador e peca fortemente, mas crê com mais força e alegra-te com Cristo vencedor do pecado e da morte... Durante a vida devemos pecar".
Sobre a castidade, Lutero incentivou os monges, sacerdotes e religiosas a saírem de seus Conventos e se casarem. "O celibato - dizia - é uma invenção maldita" - "Do mesmo modo que não posso deixar de ser homem, assim não posso viver sem mulher".
Fonte do texto da imagem: https://www.catolicosnabiblia.com.br/conheca-o-lado-homicida-e-suicida-do-criador-do-protestantismo
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