O que perdemos e o caminho para a restauração
Diz no Juramento de Coroação Papal:
“Eu faço votos de não diminuir ou mudar nada daquilo que encontrei conservado pelos meus probatíssimos antecessores e de não permitir nenhuma inovação”.
Por quase 2000 anos, a Igreja Católica Romana foi reconhecida pelos seus fiéis como a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Uma Igreja mundial, unida não apenas por um rito comum de Missa, celebrada em uma língua comum, mas por crenças compartilhadas, tradições honradas e pela proclamação de dogmas infalíveis.
Hoje, essa Igreja é uma casa dividida contra si mesma. Dividida entre tradicionalistas e modernistas, entre a santidade do antigo e o liberalismo do novo. O Vaticano II se encerrou em dezembro de 1965. Então, as forças liberais, contra as quais havíamos sido alertados por papas anteriores, liberaram toda sua fúria. O gênio do modernismo fora, enfim, solto da garrafa.
E o espírito do Concílio levaria ao nascimento da Novus Ordo, a nova ordem da Missa, e consequentemente ao surgimento de uma nova Igreja. Até Paulo VI, que liderou a maior parte do Vaticano II, reconhecia mais tarde que nuvens, tempestades e trevas haviam resultado do Concílio, e que a “fumaça de Satanás” havia entrado na Igreja. Mas nem mesmo ele poderia prever a destruição e a dessacralização que estavam por vir.
Numa imitação de uma prática herética iniciada no século XVI, altares de mármore foram substituídos por mesas e atualmente, essas mesas são feitas de qualquer coisa, de madeira e até mesmo plástico. E essas tábuas de açougueiro parecem perfeitamente adequadas ao que na nova Igreja se tornou uma refeição comunitária, ao invés do Sacrifício incruento de Jesus Cristo. Talvez Lutero tenha, no fim das contas, triunfado na Igreja moderna.
A maioria das novas construções, além de ser esteticamente medíocre, ocasionalmente provoca comparações com templos pagãos. E outras nem são mais chamadas de igreja, mas de “comunidade”. E, até mesmo Nosso Senhor tem sido renegado a uma posição de obscuridade. Não só suas imagens foram retiradas das cruzes em várias igrejas, isso quando ainda há alguma cruz, mas também tabernáculos contendo o Santíssimo Sacramento e luminárias foram removidos do lugar de honra no centro do altar e “colocados de lado”.
Tudo isso a despeito do decreto de 1957 da Sagrada Congregação dos Ritos, categoricamente proibindo que tabernáculos sejam colocados fora do altar.
No Evangelho de São João, capítulo 20, versículo 2, Maria Madalena lamentou: “Tiraram do túmulo o Senhor, e não sabemos onde o colocaram”. Infelizmente, as palavras dela também se aplicam aos nossos dias.
Nas novas igrejas, não são mais colocadas mesas de comunhão nos altares e nem genuflexórios, e em muitas igrejas antigas eles foram removidos. Os altares laterais desapareceram, e os vitrais coloridos, que outrora exibiam a história da Igreja e a vida dos Santos, foram substituídos por inúteis mosaicos que não significam nada, a não ser para o “espírito do Concílio”.
Outrora, as igrejas católicas eram solenes locais de culto, onde dignidade e silêncio eram mantidos em reverência à presença real de Cristo. Hoje, elas são mais locais de reunião social, cheias de barulhos irreverentes e alvoroços como se fosse um cinema ou uma arena esportiva. E, em muitos casos, orações e contemplações reverentes foram substituídas por danças modernas, assim como a modéstia em se vestir desapareceu, vítima dos excessos dos anos 60. Os véus femininos e as roupas conservadoras masculinas deram lugar a trajes que são mais adequados para churrascos de quintal, quando não, nem mesmo para isso.
Esses sinais exteriores de desrespeito não estão limitados ao laicato. Na Igreja pós-conciliar, o clero passou a se vestir como os leigos, e a agir na Missa como se fossem apresentadores de programas de auditório. Não apenas as ideias de Paraíso, Inferno e Purgatório têm sido debatidas, mas até o conceito de Limbo tem sido reinterpretado.
As reformas ordenadas pelo Concílio, através de sua Constituição sobre a Liturgia, levaram a uma revisão devastadora dos sete Sacramentos. Durante o reinado de Paulo VI, eles sofreram grandes mudanças.
Batismo
Um primeiro exemplo é o Sacramento do Batismo. O novo rito tem semelhanças notáveis com o rito criado por Lutero em 1526. O rito católico tradicional incorporava algumas coisas como um exorcismo através do sopro no candidato, a recitação das orações necessárias, a entrega do sal e as unções feitas antes e depois do batismo.
Todos esses elementos foram eliminados por Lutero e foram eliminados na Igreja moderna. Agora, a cerimônia batismal parece ser nada mais que uma iniciação na comunidade cristã, ao invés da redenção do pecado original.
Penitência
O rito do Sacramento da Penitência também sofreu mudanças incríveis. Em 1977, um novo rito de reconciliação foi decretado para a Igreja, e o termo “confissão” entrou para o reino das excentricidades históricas. Mas a Confissão é uma das coisas que separam os católicos dos protestantes e de outras religiões e seitas. É uma obrigação solene, na qual os penitentes confessam seus pecados, declaram uma contrição sincera, prometem emendar suas vidas, pedem perdão e recebem a absolvição de um padre.
Em muitas igrejas modernas, os confessionários foram removidos ou se tornaram “salas de reconciliação”, onde padre e penitente travam uma simples conversa. Isso também reflete a visão de Martinho Lutero, de que a penitência é um simples reconhecimento de erros passados, um retorno à paz de espírito, sem verdadeira contrição por haver ofendido a Deus.
E as tradicionais confissões auriculares nos confessionários com grades, onde os fiéis que tinham vergonha de seus pecados eram incentivados a os contarem, deram lugar, em muitos casos, a ritos de “confissão comunitária”, que são frequentemente celebrados ilegalmente, em clara violação da lei canônica e contra a vontade de Deus, enquanto a maior parte dos confessionários tradicionais que ainda restam permanece vazia.
Confirmação
Com relação ao rito do Sacramento da Confirmação, uma declaração do papa Paulo VI sintetiza bem as mudanças do Vaticano II. Ele disse que apenas a bênção inicial sobre os crismandos havia sido conservada.
Isso aconteceu a despeito do fato de que a maioria dos teólogos sustenta que a matéria essencial, as ações necessárias para o Sacramento da Confirmação consistem na imposição das mãos e na unção com o Santo Crisma. Além disso, a antiga forma deste Sacramento, especificada pelo dogmático Concílio de Trento, expressava que o bispo havia imposto o Sacramento: “Eu te marco com o sinal da Cruz e te confirmo com o Crisma da salvação”. Mas as novas palavras – “Recebe por este sinal o dom do Espírito Santo” – lembram nada mais que uma simples benção.
Matrimônio
No entanto, o rito do Sacramento do Matrimônio mudou pouco depois do Concílio Vaticano II, exceto pelo aumento no número dos casamentos mistos, onde um padre, com a ajuda ou não de um celebrante não católico, realiza a cerimônia para os fiéis e também para os hereges.
Cristo elevou o Matrimônio de um simples contrato à dignidade de um Sacramento, revogando uma lei do Antigo Testamento e tornando o Matrimônio indissolúvel.
Ordem
O Vaticano II decretou oficialmente que tanto a cerimônia como os textos do rito de Ordenação deveriam ser revisados. E revisados eles foram, apesar da declaração do papa Pio XII na constituição apostólica Sacramentum Ordinis, de que a ninguém é permitido transgredir este rito.
Antes havia oito passos envolvendo a ordenação presbiteral (a saber, tonsura, ostiário, leitor, exorcista, acólito, subdiácono, diácono, sacerdote), mas as orientações aprovadas por Paulo VI em 1968 reduziram este número para apenas dois, apesar de mudanças como estas haverem sido proibidas pelo Concílio de Trento.
No rito de Ordenação tradicional, os bispos instruíam os candidatos de que o ofício do padre é oferecer sacrifício, abençoar, guiar, pregar e batizar. Hoje, no entanto, os ordinandos são consagrados simplesmente para celebrar a liturgia. Porém, o mais relevante foi a remoção de certas orações essenciais. Aos padres não se é mais especificamente outorgado o poder de transformar pão e vinho no Corpo e Sangue de Cristo, nem são mais explicitamente ordenados para perdoar pecados.
Essas omissões se aproximam muito da remoção de numerosas orações do rito de Ordenação feita pelos reformadores protestantes no século XVI, que, como no novo rito da Missa, reduziu o sacerdote a um mero presidente de assembleia.
Desse modo, os fantasmas de Lutero e Cranmer podem ser vistos vagando na densa neblina criada pelo Vaticano II.
Extrema Unção
Uma outra deplorável mudança nos ritos sacramentais diz respeito à Extrema Unção, que assim é chamada porque na maioria dos casos é o último sacramento recebido pelos fiéis, literalmente a última chance de receber graças especiais antes de enfrentar o juízo divino.
Ela é ministrada por um padre, cuja intenção deve ser a preocupação com a salvação da alma. O rito que a substituiu tornou-se obrigatório em 1972 e é chamado de “Unção dos Enfermos”. Ao contrário da Extrema Unção, o novo rito se preocupa mais em confortar e curar o corpo do que em salvar a alma. As palavras: “Que o Senhor possa perdoar qualquer pecado que tu tenhas cometido” foram mudadas para: “Que o Senhor em seu amor e piedade possa lhe ajudar com a graça do Espírito Santo”.
O tão importante pedido de misericórdia a Deus foi retirado. Além disso, o novo rito é encorajado como uma celebração comunitária, em vez de uma interação pessoal entre padre e receptor. E não raramente tem se tornado uma simples bênção para grupos de idosos e enfermos. E agora, “aulas de como morrer” ensinam o quão fácil é chegar ao Céu.
Eucaristia
Mas existe ainda um exemplo mais importante, mais trágico e mais doloroso daquilo que perdemos na divisão entre tradicionalistas e modernistas, e diz respeito ao coração e alma de nossa fé no Sacramento da santa Eucaristia: o santo sacrifício da Missa.
A Missa latina tradicional foi cuidadosamente preservada através dos séculos, da mesma forma como os apóstolos a receberam de Nosso Senhor. Para conservar esse rito, o papa São Pio V codificou e infalivelmente canonizou a Missa latina para todo o sempre na Quo Primum Tempore. Esta infalível bula papal de 1570 termina com um aviso:
“Se alguém tiver a audácia de atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação do Deus Todo-poderoso e de seus bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo”.
O texto completo dessa proclamação passou a constar em todos os missais a partir de então, e foi ratificado por uma sucessão de 35 papas até João XXIII. Porém, o papa Paulo VI, desprezando o aviso de São Pio V, montou uma comissão para instituir as reformas mandadas pelo Vaticano II, muitas das quais refletiram a poderosa influência dos observadores não católicos que participaram do Concílio.
Então, em 1969, Paulo VI impôs ao mundo católico um novo rito da Missa. Jean Guitton, um amigo próximo e confidente de Paulo VI, disse em uma entrevista a uma rádio que a intenção de Paulo VI era reformar a liturgia católica de tal modo que ela deveria quase coincidir com a liturgia protestante.
O curioso é que Paulo VI fez aquilo para chegar o mais próximo possível da ceia protestante. Havia em Paulo VI uma intenção ecumênica de remover, ou ao menos de “corrigir”, ou mesmo de “relaxar” o que era católico em demasia na Missa, no sentido tradicional. A intenção era deixar a missa católica mais próxima da calvinista.
A nova ordem da Missa se caracterizou por suas óbvias concessões ao ecumenismo, algo bastante previsível pelo fato de haver sido criada pelo arcebispo Annibale Bugnini, um conhecido maçom, com a ajuda de seis pastores protestantes.
A princípio, o novo rito da Missa não parecia tão diferente, a não ser pela gradual eliminação do latim. Então surgiram os missais em vernáculo, apertos de mãos em sinal de paz, uma frase protestante adicionada à oração do Senhor etc. Mas essas mudanças foram relutantes, assim como traiçoeiras, e agora despertamos para descobrir que perdemos muitos dos pontos essenciais da doutrina católica, como o reconhecimento da presença real de Nosso Senhor no altar.
Gerry Matatics, um líder apologista e presidente da Biblical Foundations International, explica:
“Nas Escrituras, Deus sempre pedia que lhe fosse oferecido o melhor. No Antigo Testamento, eram chamados a oferecer a Deus um cordeiro sem defeitos. Como diz o Gênesis, Abel ofereceu a Deus os primogênitos do seu rebanho, os seus melhores animais para tentar chegar o mais próximo possível de um sacrifício perfeito. E isso agradava a Deus e foi aceito. Mas Caim ofereceu frutos da terra, e Deus não gostava de tais presentes”.
Presentes que na nova Igreja são chamados de “fruto da vinha” ou “fruto do trabalho do homem”, um sacrifício realmente inferior, assim como era o de Caim. E quão inferiores são estes assim chamados “sacrifícios” da Igreja da Novus Ordo, a nova Missa, em que o senso comum nos diz estarmos oferecendo a Deus algo menos nobre, menos maturo, menos sublime, menos elevado, menos exultante, menos glorificante, menos majestoso, menos transcendente do que se oferecêssemos a Ele a antiga Missa.
E ainda mais danosas são as revisões na forma da Santa Eucaristia, as palavras que o próprio Cristo usou na Consagração. A afirmação de Cristo de que Seu Sangue “será derramado por vós e por muitos” foi modificada para: “por vós e por todos”. A diferença entre os vocábulos “todos” e “muitos” é óbvia, e essas mudanças introduziram o conceito da salvação de todos, que claramente não era a intenção do Senhor.
Curiosamente, os outros ritos católicos aprovados e até mesmo a Igreja Episcopal mantêm a palavra “muitos” em suas orações eucarísticas. Apenas na Igreja de Martinho Lutero, assim como na nova Igreja católica, houve a mudança de “muitos” para “todos”. Isso sem falar das palavras “o mistério da fé”, reconhecendo o mistério da transubstanciação, que foram retiradas da Consagração do vinho.
De acordo com a sagrada tradição, essas foram as palavras de Cristo, confirmadas por papas através dos séculos e preservadas no tempo em Quo Primum Tempore. Mas na missa de Paulo VI, essas palavras se referem às declarações protestantes de que Cristo morreu, Cristo ressuscitou e Cristo virá novamente. Trata-se mais de uma declaração do óbvio do que de um artigo de fé, e certamente não se trata de nenhum mistério.
Desaparecidas também estão as orações ao pé do altar, grande parte do ofertório, e as orações leoninas, no total de 35, juntas com numerosas referências, símbolos e gestos que a acompanhavam. Desaparecido também está o último Evangelho, e em seu lugar não é de se surpreender o anúncio de que o “show” está encerrado.
Falta também na nova Igreja a noção de que apenas as mãos consagradas de um padre devem entrar em contato com o Corpo Sagrado de Nosso Senhor. Ninguém menos que São Tomás de Aquino, o Doutor Angélico da Igreja, declarou que em reverência a este sacramento, apenas mãos consagradas deveriam tocá-lo.
Além disso, o Concílio de Trento enfatiza que até mesmo um sacerdote, para tocar no Corpo consagrado de Cristo, não deve tocar em nada depois que suas mãos são devidamente lavadas, nem mesmo no Cálice. Ficou claro, então, que pontos essenciais da doutrina que dizem respeito à Missa, como a presença real, a veracidade do Santo Sacrifício e os poderes do sacerdote, tornaram-se pontos de questionamento. Pontos da doutrina que com a precisão da antiga Missa são afirmados, sem a menor sombra de dúvida.
Quanto às aparências externas da Missa houve mudanças terríveis, como a participação de mulheres, apesar de inicialmente proibida. E a substituição do altar por uma mesa, a remoção dos crucifixos, o padre voltado para as pessoas, a Eucaristia oferecida em ambas as espécies, comunhão na mão, ministros eucarísticos – todas essas abominações são permitidas na nova Igreja, não obstante um julgamento superior em oposição.
Novamente as palavras de São Tomás: “Assim como a Consagração do Corpo de Cristo pertence ao padre, assim também a distribuição pertence a ele”.
Esses sacrilégios são manifestações da triste perda de respeito pela real presença de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento por parte da nova Igreja. Em muitos casos, a hóstia consagrada é tratada como um mero lanche a ser passado pelo sacerdote aos punhados.
Talvez isso seja o reflexo das estatísticas de que mais de 70% dos padres modernos não acreditam na transubstanciação. Será que não terão eles percebido que as atuais igrejas da Novus Ordo são quase indistinguíveis, se tanto, das protestantes?
Resta ainda alguma dúvida de que a Igreja católica moderna foi protestanizada, envenenada pelos erros do protestantismo e do modernismo que a atacam por dentro? E não para por aí: a bênção, o rosário, novenas e outras devoções sumiram.
E seguindo o decreto do Vaticano II sobre o ecumenismo, serviços inter-religiosos com participação de não católicos são comuns. Não para obter conversões para o catolicismo, mas para colocar todas as religiões no mesmo nível. Algo sempre condenado pela Igreja tradicional, atualmente é comum. Isso se desenrolou até o ponto em que religiões pagãs são honradas e endossadas.
Mas não existem graus de verdade, podendo existir apenas uma Igreja verdadeira, a Igreja fundada por Jesus Cristo. Negar isso é colocar todas as religiões como iguais, é negar a própria essência da fé católica. E isso não é para diminuir aqueles que seguem religiões feitas pelo homem, centradas no homem, as religiões de Lutero, Calvino, Wesley, Henrique VIII e outros, mas para mostrar a eles o caminho e a verdade, para convidá-los a acolhê-los.
É por isso que na época do Concílio Vaticano I, o papa Pio IX enviou uma carta aos ortodoxos e protestantes, convidando-os a “retornar à Igreja católica”. Por quê? Porque ele realmente os amava e queria a salvação de suas almas. Cristo disse: “Eu tenho outras ovelhas que não são deste rebanho, também eu devo trazê-las e elas devem ouvir minha voz, e então deverá existir um só rebanho e um só Pastor”.
O Vaticano II não contribui para o crescimento da Igreja?
Ainda há católicos que perguntarão: “Por que devemos nos preocupar com apenas algumas mudanças? O Vaticano II não foi bom para o crescimento da Igreja?”.
Considere estes dados chocantes: de 1965 a 1998, com a imigração, o número de católicos nos EUA aumentou de 45 para 60 milhões; mas durante o mesmo período, o número total de seminaristas caiu de quase 45 mil para cerca de 4 mil e 500, enquanto o número de seminários foi de 600 para 200, e o número de ordenações caiu pela metade.
E apesar de o número de paróquias haver aumentado em 2 mil, aquelas sem pároco residente cresceram cerca de 40%. Algumas dioceses até mesmo utilizaram outdoors para promover vocações.
O número de freiras também foi reduzido, de aproximadamente 180 mil para apenas metade nos dias atuais. E infelizmente, em um estudo realizado no ano de 1995, vemos que apenas 25% dos católicos frequentam a Missa regularmente.
Se houver ainda aqueles que persistam em perguntar: “A Missa continua a ser a Missa? A Igreja católica continua a ser a Igreja?”, tragicamente a resposta é não. É somente revendo tais mudanças em sua íntegra, que a magnitude do que nós perdemos se torna aparente; é uma nova igreja, de fato uma nova religião.
De que outra maneira se poderia explicar coisas como missas “hula-hula”, dança no santuário, missas de palhaço? E quanto àqueles católicos que afirmam que em suas paróquias não existem coisas desse gênero, levem isto em consideração: até mesmo as mudanças externas são mínimas; não são coisas como a arquitetura e a música que são o ponto crucial do problema.
A preocupação principal deve ser quanto aos sacramentos. Ocorreram mudanças menos perceptíveis, mas que são extremamente perigosas e que levantam sérias e legítimas questões de validade. Não é uma simples questão de nostalgia pelos velhos tempos ou mesmo pela missa em latim que demandam a volta ao catolicismo tradicional. É devido ao fato de que qualquer dúvida quanto à validade de qualquer Sacramento é o suficiente para evitar certas mudanças.
No entanto, para aqueles que hesitam em retornar à antiga Missa porque temem por serem desobedientes, não é preciso olhar nada mais do que a Quo Primum Tempore novamente.
São Pio V decretou que o Missal de Rito Romano deveria ser utilizado livre e legalmente, e “pela virtude de nosso ofício apostólico”, ele acrescenta: “nós garantimos e permitimos isso eternamente”. Além disso, em 1995, o cardeal Stickler proclamou que nem mesmo o papa pode proibir a missa que não só foi utilizada por séculos, mas que também foi a missa de milhares e milhares de santos e fiéis.
E numa comissão formada por nove cardeais, apontados por João Paulo II, unanimemente concordaram: “Nenhum bispo pode proibir um padre católico de rezar a missa tridentina”.
Foi ainda confirmado que os nove cardeais determinaram que a missa tradicional em latim nunca fora oficialmente proibida. Além disso, é de vital importância lembrar do aviso do papa São Félix III: “Não se opor a um erro é aprová-lo, e não defender a verdade é suprimi-la. E, de fato, se negar a maldizer homens maus não é pecado menor do que encorajá-los”. Nós, então, não só devemos defender o retorno à Igreja tradicional, como somos obrigados a tanto.
Por havermos agora visto as desastrosas mudanças na nova Igreja, e mais importante, por reconhecermos a perda terrível que a verdadeira Fé católica sofreu com as transformações, felizmente há um caminho para a restauração. Jesus prometeu que sua Igreja duraria para sempre; é importante, então, manter a esperança, aceitar que existe ainda hoje uma vital e fiel sobra da verdadeira Igreja.
Tendo se juntado a batalha, agora cada um deve lutar para aliviar o sofrimento de Nosso Senhor, enquanto Ele é novamente perseguido. Devemos ajudá-Lo a suportar o fardo da nova cruz que foi colocada sobre Seus ombros. A cruz do desrespeito, da indiferença, do sacrilégio.
Por nossa fé e religião, devemos ajudá-Lo a se erguer quando tropeçar sob o peso do ímpio e profano. E ajudar a aliviar o sofrimento de sua Santa Mãe, que aumenta, ignorado pelos modernistas, enquanto Ela vê seu Filho e Sua Igreja sofrerem essa nova paixão, assim como somos chamados a ajudar a restaurar o lugar de direito Dela ao lado de seu Filho.
E nós devemos ser como novos Cirineus, que por nossa devoção à verdadeira Igreja Católica, ajudamos Cristo com Seu fardo moderno. Ou novas Verônicas, que no disseminar da fé tradicional limpam o sangue e as lágrimas de tristeza de Sua magnífica Face. Como as mulheres de Jerusalém, devemos também levar nossas crianças a Deus como Ele pediu.
E não importa quantas vezes nossa amada Igreja tropeçará sob o peso dos ataques liberais, assim como Jesus tropeçou sob o peso da cruz. Devemos ajudá-la a se erguer como faríamos com o próprio Salvador. Mesmo quando ela for despida de sua dignidade, assim como Cristo foi despido de suas vestes, devemos manter nossa luta pela Verdade, com a dor dos pregos e a agonia da cruz substituídos pela desgraça e humilhação daqueles que não mais honram Seu Santo Nome ou não mais respeitam Seu Corpo e Sangue. Devemos trabalhar para restaurar a Sua glória, e assim a de Sua Igreja.
Apesar de Cristo ser, mais uma vez, retirado de cruzes em igrejas católicas ao redor do mundo, e Seu Corpo consagrado escondido em obscuros sepulcros, Ele ressuscitará assim como antes, ressuscitado pelo amor e fé daqueles que, pela devoção ao Sagrado Coração e ao Imaculado Coração de Sua Santa Mãe, irão restaurar a única e eterna Igreja verdadeira, confirmando nossa inabalável confiança na perpétua verdade, de que nem Cristo nem a Sua Igreja irão sucumbir.
Assista o vídeo em: https://www.youtube.com/watch?v=gUHNlqrmVwQ.
Notas do vídeo:
Filme "Lo que hemos perdido y el camino a la restauración". Trata-se de uma produção independente que mostra as consequências trazidas pelo Concílio Vaticano II e pela chamada "Missa Nova" (Novus Ordo) de Paulo VI, e da maneira como impactaram a Liturgia, a relação com os Sacramentos, a estética das Igrejas, a arte e a fé dos católicos.
As cenas e pessoas mostradas no filme são reais. Trata-se de um documentário de teor crítico-informativo, com o claro propósito de trazer a reflexão e ser incentivo para uma necessária tomada de ações no processo de Restauração da Tradição da Igreja. É relativamente bem conhecido, embora muitos ainda não o tenham assistido.
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