O que são os sacramentos?
Um Sacramento é um sinal sensível instituído por Jesus Cristo para nos comunicar a Sua Graça.
Por que Cristo quis comunicar a Sua Graça por sinais sensíveis?
Jesus Cristo ligou, a sinais sensíveis, a comunicação de Sua Graça (não-sensível), pois levou em conta a natureza humana.
Todo homem conhece, primeiramente, por seus cinco sentidos. Mesmo para apreender e para comunicar as realidades espirituais, o homem tem necessidade de sinais perceptíveis exteriormente.
Os Sacramentos são símbolos da Graça?
Os Sacramentos são símbolos; mas não são apenas símbolos: operam realmente, na alma, o que manifestam por sinais exteriores.
Podeis dar um exemplo dessa eficácia dos Sacramentos?
No Batismo, a água derramada sobre a testa significa que a alma é purificada do pecado. Mas, ao mesmo tempo, o Batismo realiza essa purificação da alma, dando-lhe a Graça santificante. Faz, do homem, um filho de Deus.
Quantos Sacramentos Jesus Cristo instituiu?
Jesus Cristo instituiu sete Sacramentos: o Batismo, a Crisma, a Eucaristia, a Penitência, a Extrema Unção, a Ordem e o Matrimônio.
Hoje, a maneira de conceber os Sacramentos mudou?
Na catequese moderna, os Sacramentos são, raramente, considerados como causas eficazes da Graça. Faz-se deles sinais que manifestam a redenção e o fato de que somos, de novo, agradáveis a Deus.
Não se sabe mais muito bem se transmitem, realmente, a Graça da redenção ou se apenas lembram o que já está operado em nós.
Nessa concepção, o Batismo, por exemplo, não tem por efeito libertar do pecado original e fazer-nos filhos de Deus: seria apenas um sinal de que Deus nos perdoou os pecados em Cristo Jesus e de que nos é favorável de novo.
Assim, o Batismo não é mais necessário para transmitir a Graça da redenção, visto que todos os homens já estão salvos (é a teoria da salvação universal).
Quem, primeiramente, negou a eficácia dos Sacramentos?
Os protestantes foram os primeiros a negar a eficácia dos Sacramentos. Viam nestes, geralmente, apenas, meios de exprimir e de fortalecer a fé.
Os modernistas, condenados por São Pio X, no início do século XX, sustentavam uma teoria similar. Viam, nos Sacramentos, apenas uma expressão da fé e um meio de mantê-la.
Os teólogos modernos negam, também, a eficácia dos Sacramentos?
O que Rahner diz sobre os Sacramentos não parece muito diferente, embora em uma linguagem mais complicada:
“Quando a Igreja, em face de uma situação humana existencialmente decisiva, engaja-se, Ela mesma, toda inteira, proclamando-Se o Sacramento fundamental e a resposta principal e vitoriosa de Deus para o mundo e para cada homem, eis o que, em linguagem cristã, chamamos de Sacramentos.” [321]
Sobre a Confissão, o mesmo Rahner escreveu:
“Essa palavra de perdão [de Deus em Jesus Cristo] é prometida, de novo, pela Igreja, a cada um, de maneira especial, cada vez que alguém – tendo permanecido pecador mesmo depois do Batismo e capaz de recair numa falta grave – confessa à Igreja, diante de seu representante, sua grande falta e sua miséria; ou mesmo, em certas circunstâncias, leva-as, diante de Deus e Seu Cristo, na Confissão coletiva de uma comunidade [trata-se aqui das cerimônias penitenciais]. Quando essa palavra de perdão divino é pronunciada por um representante autorizado da Igreja, depois da confissão de um batizado, essa ação da palavra de Deus, que opera o perdão, é chamada por nós de administração do Sacramento da Penitência.” [322]
O que se destaca nesses textos de Rahner?
É, sobretudo, aqui, uma questão de compromisso e de promessa. Deus, em Jesus Cristo, comprometeu-Se diante do mundo, e essa promessa é renovada, para com os homens, pela Igreja.
Não é dito se algo é realmente operado no homem. Ademais, na citação acima, cerimônia penitencial e Confissão são postas quase no mesmo plano. Enfim, parece, o sacerdote não perdoa os pecados, enquanto representante da Igreja; mas de Cristo, em nome de Quem, pronuncia a palavra de perdão.
Rahner desenvolveu alhures as mesmas ideias?
Rahner não é sempre fácil de entender; mas se acham, em sua obra, sempre, as mesmas ideias. Lê-se, por exemplo, na palavra “Sacramento”, no léxico Sacramentum mundi (de que Rahner é co-autor):
“Assim, os Sacramentos se manifestam como símbolos reais, pessoais e atuais, fundados, por Deus, na Criação, e formados, humanamente, na História da Salvação, por meio do acontecimento de Cristo, derivando da Igreja, enquanto Corpo de Cristo e primeiro Sacramento; por meio dos quais (com outros gêneros de comunicação indispensáveis e Cristiformes) se pode (e se deve) conhecer, compreender e experimentar quem é Deus e o que Ele é e será para o homem, para sua salvação: são sinais para a divina aceitação e reabilitação de todo homem, na sua condição pessoal física – com seu mundo material e mental -; mas por meio dos quais, o homem assim agraciado pode se realizar na Igreja, em vista de Deus-Pai e graças à Sua Palavra na vida eterna do Espírito Santo.” [323]
O que essa passagem significa?
Sob essa verborragia, encontra-se a ideia de que os Sacramentos são símbolos, com cuja ajuda, o homem deve reconhecer e experimentar que é, de novo, agradável a Deus.
Quanto a saber se os Sacramentos operam, realmente, esse retorno à Graça com Deus, isso não é precisado. Mas, fica suficientemente duvidoso, já que os Sacramentos são apenas intermediários dentre outros.
Os Sacramentos são celebrações comunitárias?
É verdade que o Cristianismo tem um caráter comunitário. Os cristãos, membros do Corpo Místico de Cristo, estão, a esse título, intimamente unidos entre si.
Do fato de que os Sacramentos nos inserem no Corpo de Cristo e unem-nos sempre mais intimamente a Ele, estimulam também a comunhão entre cristãos.
Mas, o efeito principal é, primeiramente, a união com Cristo, de que decorre a união dos cristãos entre si.
Ora, essa ordem é, com frequência, invertida hoje em dia. Considera-se, primeiro, os Sacramentos como celebrações comunitárias que, enquanto comunitárias, favorecem a união dos homens com Deus.
Dir-se-á, por exemplo, que o efeito principal do Batismo é a recepção do batizado na comunidade paroquial – o que é falso.
Essas novas teorias estão muito difundidas?
Lê-se, com surpresa, sob a pluma do Cardeal Ratzinger:
“A concepção dos Sacramentos como instrumentos de Graça que eu recebo, a título de remédios sobrenaturais a fim de, por assim dizer, assegurar, unicamente, minha saúde eterna pessoal, constitui o desprezo por excelência em matéria sacramental.” [324]
Em que essa frase do Cardeal Ratzinger é surpreendente?
Essa frase é surpreendente, porque os Sacramentos são, e muito bem, remédios sobrenaturais destinados à nossa cura e à nossa saúde espirituais; embora não sob aquela forma caricatural.
Mas o deboche é sempre o meio mais fácil de apresentar alguma coisa sob um ângulo desfavorável, quando faltam argumentos de verdade.
O Cardeal Ratzinger tem, pois, uma falsa concepção dos Sacramentos?
O Cardeal Ratzinger insiste muito sobre o caráter comunitário dos Sacramentos, como o mostram as seguintes citações:
“A unidade com [Deus] está ligada à nossa própria unidade e se realiza por esta.” [325]
“A Graça é sempre realização de unidade; o Sacramento, como rito litúrgico, é sempre obra comunitária; o Sacramento é, por assim dizer, a marca cristã da festa, aquela capacidade de alegria que provém da comunidade e dos poderes de que esta está investida.” [326]
Essas passagens são contestáveis?
A ênfase está falsamente deslocada, pois se faz, da consequência, elemento principal.
A união dos cristãos entre si, a alegria da Fé e da Salvação (etc.) são as consequências e não, a essência da Graça que une a Deus.
Notas:
[321] Karl Rahner, Grundkurs des Glaubens, Fribourg, Herder, p.398.
[322] Ibid., p.406.
[323] Sacramentum mundi, Herder, 1969, t.4, col.340.
[324] Joseph Ratzinger, Les príncipes de La théologie catholique, Paris, Téqui,2005, p.51.
[325] Ibid.,p.52.
[326] Ibid.,p.52.
Catecismo Católico da Crise na Igreja. Pe. Mathias Gaudron.
Notas da imagem:
Os sete sacramentos brotando da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, sinais eficazes da graça, instituídos por Jesus Cristo e confiados à Igreja, através dos quais nos é dispensada a vida divina.
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