Da oração depende a nossa salvação
Si quis vestrum indiget sapientia, postulet a Deo, qui dat omnibus affluenter, et non improperat – “Se alguém de vós necessita de sabedoria, suplique-a de Deus, que a todos dá liberalmente, e não impropera” (Tg 1, 5)
Sumário. A oração é não só útil à salvação, mas mesmo necessária, porque de um lado somos incapazes de fazer obras boas sem o auxílio de Deus, e do outro, o Senhor, ainda que nos queira dar este auxílio, de ordinário não o dá senão a quem ora. Se, pois, queremos salvar-nos, devemos orar até à morte, pois desde que cessemos de orar, estaremos perdidos. Devemos orar não só por nós mesmos, como também pelo próximo e especialmente pelos pecadores e pelas almas do purgatório..
I. A oração não só é útil à salvação, mas também necessária. Pelo que Deus, querendo salvar-nos, nos impõe o preceito da oração: Oportet semper orare et non deficere (1) — “Importa orar sempre e não cessar”. A razão desta necessidade de nos recomendarmos muitas vezes a Deus, baseia-se na nossa impotência para fazer, sem o auxílio divino, uma boa obra qualquer (2), mesmo para concebermos algum bom pensamento (3), e daí para nos defender contra o demônio, que não deixa de andar ao redor de nós para nos tragar.
É verdade; foi erro de Jansênio, condenado pela Igreja, o dizer que nos é impossível guardar certos mandamentos e que algumas vezes nos falta a graça para podermos observá-los. Deus é fiel, diz São Paulo, e não permitirá que sejamos tentados acima de nossas forças (4). Mas é igualmente verdade que Deus quer ser rogado; quer que nas tentações a Ele recorramos a fim de obtermos a graça para resistir. “Deus quer dar as suas graças”, diz Santo Agostinho, “mas, especialmente no tocante à perseverança, não a dará senão a quem a pedir.” E em outra parte acrescenta: “Lex data est, ut gratia quaereretur; gratia data est, ut lex impleretur — A lei foi dada para que se procure a graça; a graça foi dada para que se cumpra a lei”. O que exprimiu muito bem o Concilio de Trento quando disse: “Deus não manda coisas impossíveis; mas mandando, exorta-nos a que façamos o que está ao nosso alcance, e que peçamos o que excede nossas forças, a fim de que possa vir em nosso auxílio.” (5)
Numa palavra, o Senhor está todo disposto a dar-nos o seu auxílio, para não sermos vencidos; mas só dá este auxílio àqueles que o invocam no tempo das tentações, especialmente nas tentações contra a castidade, como disse o Sábio: Et ut scivi, quoniam aliter non possem esse continens, nisi Deus det… adii Dominum et deprecatus sum illum (6) — “Como eu sabia que de outra maneira não podia ter continência, se Deus ma não desse… recorri ao Senhor, e fiz-Lhe a minha súplica”.
II. Oremos, pois, e oremos com confiança. Jesus Cristo está agora assentado num trono de graças para consolar a todos os que a Ele recorrem e diz: Petite et dabitur vobis (7) — “Pedi e ser-vos-á dado”. No dia do juízo Jesus estará também assentado num trono, mas num trono de justiça. Que loucura seria a daquele que, podendo ser aliviado de suas misérias indo agora a Jesus, que oferece as suas graças, quisesse somente dirigir-se a Ele quando for juiz e não tiver mais misericórdia?
Avisa-nos São Tiago: “Se alguém de vós necessita de sabedoria, suplique-a de Deus, que a todos dá liberalmente, e não impropera… Mas suplique com fé, nada duvidando.” Por sabedoria se entende aqui o saber salvar a alma, e para que tenhamos tal sabedoria, se diz que devemos pedi-la a Deus. E Deus nô-la dará, e nô-la dará superabundantemente, mais do que nós pedimos. — Se quisermos salvar-nos, é mister que até à morte oremos, dizendo: Meu Deus, ajudai-me! † Meu Jesus, misericórdia! † Doce Coração de Maria, sede minha salvação! — No dia em que deixamos de rezar, estaremos perdidos.
Roguemos por nós mesmos e pelos pecadores, especialmente pelos que estão em agonia e hão de morrer neste dia. Esta oração agrada muito a Deus. Roguemos também cada dia pelas almas do purgatório; estas santas prisioneiras são em extremo gratas a quem ora por elas. — Em todas as nossas orações, peçamos a Deus as graças pelos merecimentos de Jesus Cristo, porquanto Ele mesmo nos ensina que nos será dado tudo quanto pedirmos a Deus em seu nome: Amen, amen, dico vobis: si quid petieritis Patrem in nomine meo, dabit vobis (8) — “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu nome, Ele vô-la dará”.
— Meu Deus, eis o que antes de tudo Vos peço pelos méritos de Jesus Cristo: fazei que em toda a minha vida, e especialmente no tempo das tentações, me recomende a Vós e implore o vosso auxílio por amor de Jesus e Maria. — Virgem Santíssima, obtende-me esta graça, da qual depende a minha salvação.
Referências:
(1) Lc 18, 1 (2) Jo 15, 5 (3) 2 Cor 3, 5 (4) 1 Cor 10, 13 (5) Sess. 6, c. 11. (6) Sb 8, 21 (7) Mt 7, 7 (8) Jo 16, 23
(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 47-49)
Produtos recomendados:
- Saia midi godê preta cinto e… Saia modesta midi godê em tecido malha suplex, cor preta. Possui detalhe de cinto de mesmo tecido, costurado na saia e bolsos. Está… Saia modesta midi godê em tecido malha suplex, cor preta. Possui… R$ 89,00
-
Pequeno Manual do Católico
Este livreto reúne questões práticas já esquecidas dos católicos, após 50 anos de laicismo e perda da fé. Escrito em formato de…
Este livreto reúne questões práticas já esquecidas dos…
R$ 19,0017,00 - Vestido maria manga longa… Vestido modesto midi evasê manga longa, em tecido malha canelada, cor azul, manga longa, decote "V" lindo babado, está disponível nos… Vestido modesto midi evasê manga longa, em tecido malha canelada,… R$ 149,00
Compartilhe esta meditação: