Triságio

Triságio

Triságio

No tesouro devocional da Igreja, há orações especialmente para a Santíssima Trindade, cuja festa é sempre no Domingo seguinte ao Domingo de Pentecostes, e, portanto, é uma festa móvel. O Trisagium ou Triságio é a oração à Santíssima Trindade, enriquecida de indulgências pelo Pe. Clemente XIV, como podem ler na história sobre a oração, e a saber:

100 dias de indulgência para cada dia que se reze: 100 mais três vezes no dia, nos domingos, na festa da Santíssima Trindade e durante a sua oitava, e Indulgência Plenária a quem o rezar todos os dias durante um mês, confessando e comungando no dia do mês que se escolher.

Origem do Triságio

Triságio é uma palavra de origem grega (triságion), em latim trisagium, que faz parte da liturgia Cristã. Significa “três vezes Santo”.

O Santíssimo Triságio não é invenção do engenho humano, senão obra do mesmo Deus, que Ele inspirou ao profeta Isaías, quando este ouviu que o cantavam os Serafins, para exaltarem a glória do Criador, cantando a Oração do Triságio. Lê-se no capítulo 6, versículo 3: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos exércitos, a Terra inteira está repleta de sua glória”.

Foi na escola dos mesmos Serafins e na dos outros coros angélicos que o aprendeu milagrosamente aquele menino que, como São Paulo, foi arrebatado ao Céu, segundo referem as histórias eclesiásticas.

No ano 447, sendo Teodósio Filho Imperador do Oriente, sentiu-se um terremoto quase universal, violentíssimo, e que pela sua duração e espantosos estragos se fez o mais célebre de todos quantos até então se tinham visto. Foram incalculáveis os prejuízos que seis meses de abalos quase contínuos causaram nos mais suntuosos edifícios de Constantinopla e em toda a famosa muralha do Quersoneso. Abriu-se a terra em muitos pontos, e ficaram sepultadas em suas entranhas cidades inteiras; secavam-se as fontes e apareciam outras novas, e era tal a violência dos abalos que arrancava árvores corpulentíssimas, apareciam montanhas onde primeiro havia planuras, e profundos abismos onde havia antes montanhas. O mar lançava às praias peixes de grandeza enorme; e as praias e navios ficavam sem águas, que iam inundar grandes ilhas.

Em semelhante conflito, achou-se prudente abandonar os povoados, e assim o fizeram os habitantes de Constantinopla, com o imperador Teodósio, sua irmã Pulquéria, São Proclo, então Patriarca daquela Igreja, e todo o clero. Reunidos num lugar chamado “Campo”, dirigem ao Céu grandes clamores e fervorosas súplicas, pedindo o socorro em necessidade tão apertada. Um dia, entre oito e nove horas da manhã, foi tão extraordinário o abalo que fez a terra que pouco faltou para que não causasse os mesmos estragos que o dilúvio universal. A este espanto sucedeu admiração pelo seguinte prodígio:

Um menino de poucos anos foi arrebatado aos ares, à vista de todos os do Campo, que o viram subir até perdê-lo de vista. Depois de algum tempo, desceu à Terra, do mesmo modo que subira ao Céu, e logo em presença do Patriarca, do Imperador e da multidão pasmada, contou que, sendo admitido nos coros celestes, ouviu os anjos cantarem estas palavras: “Santo Deus, Santo forte, Santo imortal, tende misericórdia de nós”; e que ao mesmo tempo lhe mandaram que comunicasse a todos esta visão. Ditas estas palavras, aquele inocente menino morreu.

São Proclo e o Imperador, ouvido este relato, mandaram unanimemente que todos entoassem em público este sagrado cântico, e imediatamente cessou o terremoto, e ficou quieta a Terra.

Daqui nasceu o uso do Triságio, que o Concílio Geral Calcedonense prescreveu a todos os fiéis, como um formulário para invocar a Santíssima Trindade nos tempos funestos e nas calamidades. Daqui veio merecer a aprovação de tantos Prelados da Igreja, que incentivaram o seu uso, enriquecendo-o com o tesouro das indulgências; e daqui, finalmente, veio que se pusesse método, que se imprimisse e reimprimisse tantas vezes, e sempre com universal aplauso e aceitação dos fiéis, que o consideram como um escudo impenetrável contra todos os males que Deus manda à Terra em castigo de nossos pecados.

O Papa Clemente XIV concedeu 100 dias de indulgência para cada dia que se reze: 100 mais três vezes no dia, nos domingos, na festa da Santíssima Trindade e durante a sua oitava, e Indulgência Plenária a quem o rezar todos os dias durante um mês, confessando e comungando no dia do mês que se escolher.

Oferecimento

Para ganhar as indulgências, os que rezarem o Triságio:

Rogamos-te, Senhor, pelo estado da Santa Igreja e Prelados dela; pela exaltação da Fé Católica, extirpação das heresias, paz e concórdia entre os príncipes cristãos, conversão de todos os infiéis, hereges e pecadores; pelos agonizantes e peregrinos, pelas benditas almas do Purgatório e mais piedosos fins de nossa Santa Madre Igreja. Amém.

Oração

Bendito seja *a Santa Criadora e Senhora de todas as coisas, a santa e indivisível Trindade Santíssima. Agora e sempre, por todos os séculos dos séculos!

V. Abri, Senhor, os nossos lábios!
R. E nossa boca anunciará vossos louvores.
V. Meu Deus, atendei as nossas orações.
R. Senhor, apressai-vos em nos socorrer.
V. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Assim como era no princípio, agora e sempre por todos os séculos dos séculos. Amém! Aleluia!

No tempo da Quaresma se acrescenta: 

Louvor seja a ti, Senhor, Rei da eterna glória.

Ato de contrição

Ó meu Deus, com todo o meu coração: eu me arrependo, Santíssima Trindade; eu me arrependo, Amantíssima Trindade; eu me arrependo, Trindade sumamente misericordiosa, de todos os meus pecados e os detesto, porque pecando, não só mereci a punição que justamente estabeleceste, mas, sobretudo, Vos ofendi, sumo bem e digno de todo amor. Por isso, firmemente proponho, com a ajuda de Vossa graça, para o futuro, não mais pecar e fugir das ocasiões próximas de pecado. Livrai-nos, salvai-nos, vivificai-nos, Ó Santíssima Trindade.

Hino

Já se afasta o sol radioso,
Ó luz perene, ó Trindade,
Infunde em nós, ardoroso,
O fogo da caridade.
Na alvorada te louvamos
E na hora vespertina;
Concede-nos que o façamos
Também na glória divina.
Ao Pai, ao Filho e a Ti,
Espírito consolador,
Sem cessar como até aqui
Se dê eterno louvor. Amém.

Súplica e louvor

V. ONIPOTÊNCIA do Pai, socorrei minha fragilidade e elevai-me das profundezas da minha miséria.
R. Santo Deus, Santo forte, Santo imortal, tende piedade de nós.

Pai Nosso, Ave Maria...

Em seguida, nove vezes:

V. Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos, os Céus e a terra estão cheios da Tua Majestade e Glória. Glória ao Pai, Glória ao Filho, Glória ao Espírito Santo.
R. Louvor, glória e ação de graças a Ti, pelos séculos dos séculos, Ó Santíssima Trindade!

V. SABEDORIA do Filho, dirigi todos os meus pensamentos, palavras e ações. Amém.
R. Santo Deus, Santo forte, Santo imortal, tende piedade de nós.

Pai Nosso, Ave Maria...

Em seguida, nove vezes:

V. Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos, os Céus e a terra estão cheios da Tua Majestade e Glória. Glória ao Pai, Glória ao Filho, Glória ao Espírito Santo.
R. Louvor, glória e ação de graças a Ti, pelos séculos dos séculos, Ó Santíssima Trindade!

V. AMOR do Espírito Santo, sede o princípio de todas as obras da minha alma, para que sejam sempre conformes à vontade divina. Amém.
R. Santo Deus, Santo forte, Santo imortal, tende piedade de nós.

Pai Nosso, Ave Maria...

Em seguida, nove vezes:

V. Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos Exércitos, os Céus e a terra estão cheios da Tua Majestade e Glória. Glória ao Pai, Glória ao Filho, Glória ao Espírito Santo.
R. Louvor, glória e ação de graças a Ti, pelos séculos dos séculos, Ó Santíssima Trindade!

Pela Tua imensa piedade, Deus, quebrai o vínculo dos nossos pecados e, pela intercessão da Beata Sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, com o beato José e os teus beatos Apóstolos Pedro e Paulo e todos os Santos, guardai em toda santidade a nós teus servos e a nossas casas; purificai dos vícios e dotai de virtude a todos os que estão unidos a nós por um laço de parentesco, afinidade e amizade; concedei-nos a paz e a salvação; afastai de nós os inimigos, visíveis e invisíveis; reprimi nossos desejos carnais: concedei-nos ar saudável; concedei Teu amor a nossos amigos e inimigos; guardai a Tua Urbe; conservai nosso Pontífice Bento; defendei de toda adversidade todos os prelados, príncipes e todos os povos cristãos. Que Tua benção esteja sempre sobre nós, e concedei o descanso eterno a todos os fieis defuntos. Amém.

Te Deum * Pai ingênito, Filho unigênito, Espírito Santo Paráclito, santa e indivisa Trindade, com todo o coração e a boca vos confessamos, louvamos e bendizemos: glória a Vós por todos os séculos dos séculos.

V. Bendigamos o Pai e o Filho com o Espírito Santo.
R. Louvemos e exaltemos acima de tudo, para sempre.

Oremos. Deus onipotente e eterno, que deste a nós Teus servos, pela profissão da verdadeira fé, reconhecer a glória da Trindade eterna e, pelo poder de Tua Majestade divina, adorar a Unidade: nós Vos suplicamos que, pela nossa firmeza nesta mesma fé, sejamos sempre defendidos de todas as adversidades. Pelo mesmo Cristo, nosso Senhor. R. Amém.

Querendo, pode-se acrescentar:

Deprecação devota à Santíssima Trindade

V. Pai eterno, onipotente Deus;
R. Toda criatura Vos ame e glorifique.
V.
Verbo divino, imenso Deus;
R. Toda criatura...
V. Espírito Santo, infinito Deus;
R. Toda criatura...
V. Santíssima Trindade e um só Deus verdadeiro;
R. Toda criatura...
V. Rei dos Céus, imortal e invisível;
R. Toda criatura...
V. Criador, conservador, governador de todo o criado;
R. Toda criatura...
V. Vida nossa, em Quem, de Quem e por Quem vivemos;
R. Toda criatura...
V. Vida divina, e Uma em três Pessoas;
R. Toda criatura...
V. Céu divino de excelsitude majestosa;
R. Toda criatura...
V. Céu supremo do Céu, oculto aos homens;
R. Toda criatura...
V. Sol divino e incriado;
R. Toda criatura...
V. Círculo perfeitíssimo de capacidade infinita;
R. Toda criatura...
V. Alimento divino dos anjos;
R. Toda criatura...
V. Belo íris, arco de clemência;
R. Toda criatura...
V. Astro primeiro e Trino, que iluminais o mundo;
R. Toda criatura...

A partir daqui muda a resposta:

V. De todo mal de alma e corpo;
R. Livrai-nos, trino Senhor.
V. De todo pecado e ocasião de culpa;
R. Livrai-nos...
V. De Vossa ira e indignação;
R. Livrai-nos...
V. Da morte repentina e improvisa;
R. Livrai-nos...
V. Das insídias e assaltos do Demônio;
R. Livrai-nos...
V. Do espírito de desonestidade e das suas sugestões;
R. Livrai-nos...
V. Da concupiscência da carne;
R. Livrai-nos...
V. De toda ira, ódio e má vontade;
R. Livrai-nos...
V. Das pragas da peste, fome, guerra e terremoto;
R. Livrai-nos...
V. Dos inimigos da Fé Católica;
R. Livrai-nos...
V. De nossos inimigos e de suas maquinações;
R. Livrai-nos...
V. Da morte eterna;
R. Livrai-nos...
V. Por Vossa Unidade em Trindade e Trindade em Unidade;
R. Livrai-nos...
V. Pela igualdade essencial de Vossas Pessoas;
R. Livrai-nos...
V. Pela sublimidade do mistério de Vossa Trindade;
R. Livrai-nos...
V. Pelo inefável nome de Vossa Trindade;
R. Livrai-nos...
V. Pelo portentoso de Vosso nome, uno e trino;
R. Livrai-nos...
V. Pelo muito que Vos agradam as almas que são devotas de Vossa Santíssima Trindade;
R. Livrai-nos...
V. Pelo grande amor com que livrais de males aos povos onde há algum devoto de Vossa Trindade amável;
R. Livrai-nos...
V. Pela virtude divina que nos devotos de Vossa Trindade santíssima reconhecem os demônios contra si mesmos;
R. Livrai-nos...

A partir daqui muda a resposta:

V. Nós pecadores;
R. Rogamo-Vos, ouvi-nos.
V. Que saibamos resistir ao Demônio com as armas da devoção à Vossa Trindade;
R. Rogamo-Vos...
V. Que embelezeis cada dia mais, com as cores da Vossa graça, Vossa imagem que está em nossas almas;
R. Rogamo-Vos...
V. Que todos os fiéis se esmerem em ser muito devotos de Vossa Santíssima Trindade;
R. Rogamo-Vos...
V. Que todos nós alcancemos as muitas felicidades que estão vinculadas para os devotos dessa Vossa Trindade adorável;
R. Rogamo-Vos...
V. Que ao confessarmos o mistério de Vossa Trindade, se desfaçam os erros dos infiéis;
R. Rogamo-Vos...
V. Que todas as almas do Purgatório gozem muito refrigério em virtude do mistério de Vossa Trindade;
R. Rogamo-Vos...
V. Que Vos digneis ouvir-nos pela Vossa piedade;
R. Rogamo-Vos...

V. Santo Deus, Santo Forte, Santo Imortal, livrai-nos, Senhor, de todo mal.
R. Amém.

Obséquios ou oferecimentos à Santíssima Trindade

1. Ó beatíssima Trindade, eu Vos prometo que, com todo esforço e empenho, hei de procurar salvar minha alma, visto como Vós a criastes à Vossa imagem e semelhança e para o Céu. E, também, por amor Vosso, procurarei salvar as almas de meu próximo.

2. Para salvar minha alma e dar-Vos glória e louvor, sei que hei de guardar a divina lei; eu empenho minha palavra de a guardar como a menina de meus olhos e de procurar, outrossim, que os outros a guardem.

3. Aqui na Terra, hei de exercitar-me em louvar-Vos e espero fazê-lo depois com maior perfeição no Céu; e, por isso, com frequência rezarei o triságio e o verso: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. E procurarei, além disso, que os outros Vos louvem. Amém.

Índice:

Ver todas as orações Orações diversas

Produtos recomendados:

Compartilhe esta oração: