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Papa Pio IX fala sobre o Flagelo do Luxo

Papa Pio IX fala sobre o Flagelo do Luxo

Justamente espantado com as proporções inauditas que o luxo assumira de meio século para então, o Papa Pio IX elevou-se com todas as suas forças contra esse flagelo que, depois, não fez senão aumentar as suas devastações. Em termos tão expressivos assinalou ele a eminência do perigo e a inclinável necessidade de conjurá-lo, que as suas palavras são as mais sugestivas que possam ser oferecidas às mulheres e às donzelas cristãs.

Eis como ele se exprimiu:

“Entre todos os males do nosso tempo, o luxo das mulheres ocupa certamente um dos primeiros lugares. O luxo é que, pelos cuidados prodigalizados ao corpo, absorve o tempo que se deveria consagrar às obras de piedade e de caridade, aos deveres da família; é ele que provoca às reuniões brilhantes, aos passeios públicos e aos espetáculos; é ele que ensina a correr de casa em casa, a pretexto de deveres a cumprir, e a entregar-se à ociosidade, à curiosidade, às conversas indiscretas.

É ele que serve de alimento aos maus desejos, ele que consome os recursos que se deveriam reservar para os filhos, e tira à indigência os socorros que lhe viriam tão a propósito. É ele que desune os esposos e que, mais frequentemente ainda, impede a conclusão dos casamentos. Com efeito, será fácil achar um homem que consista em arcar com tão enorme despesa? Como dizia Tertuliano:

ʽOstenta-se num pequeno escrínio um imenso patrimônio. Põe-se num colar o valor de um fortuna. Uma cabeça frágil e delicada traz sozinha o preço de grandes florestas e de vastas moradas.ʼ

O mal vai tão longe que se sacrifica ao luxo a educação dos filhos; por ele se abandona o cuidado dos interesses domésticos; não há mais ordem na casa; esta fica transtornada. Destarte, incorre-se a reprovação do Apóstolo, quando diz: “Se alguém não cuida dos seus, e sobretudo dos de sua casa, renega a fé e é pior do que um infiel”. Mas como a cidade se compõe de famílias, uma província de cidades, um reino de províncias, a família assim estragada, corrompida, envenena com seu contágio a sociedade inteira e prepara-lhe essas calamidades que hoje em dia nos afligem de todas as partes.

Faça o céu que grande número de mulheres se unam para desviar de si mesmas, dos seus próximos e da pátria a causa de tantos males, e que, pelo seu exemplo, ensinem as outras a relegar para longe de si tudo o que excede o cuidado de um enfeite honesto e lícito!

Principalmente faz-se mister lembrar às mulheres que se não convém à sua reserva procurar, em qualquer lugar que seja, atrair olhares alheios pela pompa das modas ou pela extravagância dos vestuários – já que o fausto e o desejo de agradar aos homens estão em abominação diante do Senhor – no templo santo isso se torna uma injúria ao Deus que nele reside em pessoa para receber as adorações e as preces do fiéis.”

Sim, o luxo das “toilettes”, ao ponto a que chegou nos nossos dias, constitui uma verdadeira e ridícula loucura. E a loucura não é o oposto da sabedoria?

Uma grande cristã escrevia:

“Esquecemo-nos de que os anos passam. Hoje somos jovens, o mundo nos chama e nos anima; mas esse frescor, essa beleza que é tudo para nós, breve terá fenecido e desaparecerá. E dessas profusões extragavantes, dessas despesas loucas de vestuário nada mais restara!”

Trecho do Pronunciamento do Papa Pio IX, citado no livro “Formação da Donzela”. Padre J. Baeteman.

Categorias: Adornos, Devoção e vida interior, Doutrina católica

Tags: luxo, ostentação, papa pio ix

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Publicado em: 30 de outubro de 2017.

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