Santa Catarina da Suécia
(† 1381)
Os pais de Catarina foram Ulfo e Santa Brígida. Nasceu com ela, por assim dizer, o amor à santa pureza. Tomada ao colo por uma ama, pessoa de má reputação, a criança começou a chorar e por maneira nenhuma quis aceitar o peito da mesma. Com sete anos Catarina foi entregue às freiras de Risberg, que continuaram a obra educativa, tão auspiciosamente principiada em casa. Mais tarde, se bem que não fosse de encontro a seu ideal, mas para contentar a vontade dos pais, casou-se com Edgard, jovem fidalgo e muito religioso, com o propósito, porém, de permanecer virgem. Confiando em Deus e na proteção de Maria Santíssima, entrou no estado do matrimônio e alcançou do marido, não só a promessa de lhe respeitar o voto, mas ele mesmo, por voto igual, se obrigou à virgindade perpétua.
Tendo morrido Ulfo, Santa Brígida fez uma viagem a Roma, para visitar o túmulo dos Santos Apóstolos. Pouco tempo depois Catarina, desejando imitar o exemplo da mãe, pediu e obteve o consentimento do marido para fazer a mesma romaria. Chegando à Capital da cristandade, não encontrou mais a mãe que já tinha partido para Bologna, Catarina dirigiu-se para lá e ambas voltaram para Roma. Foi nessa ocasião que receberam a notícia da morte de Edgard e então a filha se ligou à mãe, a fim de levarem uma vida santa, só para Deus. Logo que se espalhou a notícia da viuvez de Catarina, não lhe faltaram pretendentes à mão; ela, porém, não lhes atendia. Entre os homens que desejavam o enlace com a princesa, achava-se um conde, que levou o atrevimento ao ponto de querer pela força apoderar-se da Santa. Baldados foram-lhe os esforços, porque Deus protegia sua serva de modo visível, e o conde pagou caro a audácia, pois, quando se dispunha a preparar o assalto, Deus lhe tirou a vista, a qual só recuperou prostrando-se aos pés de Brígida e Catarina.
A vida que Catarina levou em Roma, obedecia em tudo, às regras da santidade. Quatro horas dedicava todos os dias às meditações da Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo; além desta prática, rezava os sete salmos penitenciais e o Ofício de Nossa Senhora. O resto do tempo aproveitava para visitar os pobres e doentes nos hospitais ou venerar as relíquias dos Santos, nos Santuários de Roma. No exterior, parecia mais mulher do povo que fidalga. O leito que possuía, era um colchão de palha, e o jejum seu alimento. Caluniada e perseguida de diversos modos, conservava sempre a tranquilidade de espírito. O inimigo de todo o bem não a poupou, importunando-a com grandes tentações, das quais a mais perigosa foi de inspirar-lhe desejos de voltar para sua terra e abandonar a mãe. Apesar de ter feito cientes desta tentação a mãe e o confessor, os quais reconheceram nisto uma cilada do demônio, não lhe voltava a paz, Deus se compadeceu de sua serva, e uma noite Catarina teve um sonho, que muito a impressionou. Parecia-lhe estar no meio de grande fogo; as chamas rodeavam-na de todos os lados, respeitando, porém, o lugar onde se achava. Nesta aflição, invocou o auxílio de Maria Santíssima e, elevando os olhos ao céu, viu a Mãe de Deus, que lhe disse: "Que poderei fazer, visto não quereres obedecer a tua mãe e a teu confessor?" Depois deste sonho, Catarina prometeu conformar-se com a vontade da mãe e ficou na companhia da mesma, em Roma; mais tarde, a acompanhou numa viagem a Jerusalém e não mais dela se separou. Santa Brígida morreu em Roma e o corpo, com muitas outras relíquias, foi levado pela filha para a Suécia e depositado na Igreja de um convento.
Numerosos foram os milagres que Deus fez, por intercessão de Santa Brígida. O rei, de acordo com os conselheiros civis e eclesiásticos, resolveu então requerer da Santa Sé a canonização da falecida, e pareceu-lhe que ninguém mais apto poderia ser encontrado, para entregar a petição, que a filha da grande Santa. Catarina de fato foi a Roma, mas não conseguiu o que desejava, devido a circunstâncias desfavoráveis da época, e só mais tarde a canonização da mãe se pôde realizar. Catarina entrou num convento, dedicando-se unicamente às obras de piedade e caridade. O organismo depauperado pela penitência, pelo jejum e pelas viagens fatigantes começava-lhe a reclamar o merecido descanso. Catarina, notando o desfalecimento das forças, preparou-se para a chegada do divino Esposo. Embora não tivesse cometido falta grave em toda a vida, fez uma confissão geral, com sinais de profunda contrição. A Comunhão não lhe foi possível receber, por causa dos vômitos. Privada deste consolo, pediu que lhe trouxessem o SS. Sacramento, para que o adorasse pela última vez e assim fizesse a Comunhão espiritual. Catarina morreu em 1381, com 49 anos de idade sendo-lhe o nome, como o da mãe, inserido pelos Papas no catálogo dos Santos.
Reflexões
Entre católicos fervorosos existe o louvável costume de fazer mensalmente o piedoso exercício da boa morte. Para isto se escolhe um dia, em que se possa tratar detalhadamente dos negócios da alma. Medita-se sobre a morte, examina-se a consciência, como se fosse para, em breve, comparecer perante o eterno Juiz; faz-se uma confissão mais minuciosa, recebe-se, se possível, a sagrada Comunhão. É utilíssima esta prática considerada uma das mais acertadas, para termos uma santa e tranquila morte. A Santa cuja festa hoje comemoramos, era muito dada a esse exercício e grande lucro espiritual dele auferiu. De fato, como deve ser doce e suave morrer, quando se tem a certeza de estarem em ordem os negócios da alma! É possível que a morte nos apanhe de improviso, se não nos acostumarmos a fazer o exercício mensal da boa morte. Se ainda não o fizeste até agora, faze-o doravante e verás o grande bem que te virá desta piedosa prática.
Santos, cuja memória é celebrada hoje
Em Roma a memória do sacerdote S. Pigênio, que por causa da sua firmeza em defender sua religião, foi atirado às águas do Tibre.
Em Triente o menino mártir São Simeão, que morreu vítima do fanatismo religioso de sete judeus supersticiosos. A sinagoga, onde foi praticado o crime, foi derrubada e em seu lugar construída uma capela.
Em Marrocos o martírio de Rómulo e Secundo.
Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.
Comemoração: 24 de março.
Produtos recomendados:
-
Tu e Ela
De autoria do padre jesuíta Hardy Schilgen, este livro oferece um guia seguro de como o jovem católico deve se comportar diante de uma…
De autoria do padre jesuíta Hardy Schilgen, este livro oferece um…
R$ 39,0028,00 - Vestido midi infantil… Vestido infantil midi modelo evasê com babado, confeccionado em crepe seda, cor preta, com estampa floral delicada, com babado, decote com… Vestido infantil midi modelo evasê com babado, confeccionado em… R$ 85,00
-
A Imortalidade da Alma & A…
Este livro reúne numa só obra dois textos de duas obras distintas de Santo Tomás de Aquino: o primeiro, A imortalidade da alma, é…
Este livro reúne numa só obra dois textos de duas obras distintas…
R$ 27,0018,00
Compartilhe: