Santo Odilo

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Santos de setembro

Santo do dia 4 de janeiro
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Santo Odilo

Santo Odilo, Abade

(† 1409)

Santo Odilo de Clermont, menino ainda de quatro anos, era paralítico dos pés. Um dia, a empregada de casa, devendo fazer compras na cidade, levou consigo o pequeno.

Passando por uma igreja, deixou-o à porta e dele carinhosamente se despedindo, disse-lhe: "Fica aqui, e me espera, que daqui a pouco estarei de volta. Nossa Senhora vai tomar conta de ti".

A criança não esperou, e foi arrastando-se pela igreja a dentro até um altar que mostrava uma bela imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus nos braços. A muito custo, segurando-se pela toalha da mesa do altar, conseguiu levantar-se. Olhando para a estátua de Maria Santíssima, disse com toda a simplicidade infantil: "Minha mãe, ajuda-me ficar em pé". E, ó maravilha! Uma sensação estranha percorreu-lhe o corpo, e quando esforço fez, para se firmar nos pés, estes obedeceram e o menino pôde andar e se locomover à vontade. Sem esperar a empregada voltar, correu para casa e contou a todos como Maria Santíssima foi boa para ele. Desde aquela hora Odilo se conservou sempre muito devoto e grato a Santíssima Virgem.

Muito estudioso que era, adiantou-se bastante nas ciências que na escola lhe ensinavam. Tendo a idade própria, pediu admissão no célebre Mosteiro beneditino de Cluny, e das mãos do santo Abade Majolo recebeu o hábito da Ordem. Como Jovem religioso deu a todos o exemplo de prontidão exata na execução das ordens que se lhe dava, tanto nos estudos como nos afazeres domésticos. Sempre de bom humor, e bem disposto, serviço não havia, por mais humilde que fosse, que ele deixava de prestar com toda a humildade. Todos lhe conhecendo o preparo tanto científico como ascético, a comunidade em peso mostrou grande satisfação em aceitar a proposta de S. Majolo, quando este indicou Odilo como seu sucessor no cargo de abade.

Sessenta e cinco anos este governou a família beneditina de Cluny, mais pelo seu exemplo do que pelas ordens que havia de dar. Sempre o primeiro no ofício cultural, era ele o mais exato em observar as determinações da santa Regra, o mais paciente em aceitar e sofrer as contrariedades, o mais humilde em falar e agir.

Da ociosidade era inimigo implacável, e tempo não perdia com coisas inúteis. Era modelo de Superior. Figura imponente, já pela sua aparência incutia respeito. No seu semblante cheio e franco se revelavam a autoridade e a bondade.

Os bons e piedosos o amavam como a um pai; os tíbios e relaxados tinham-lhe medo. De tanta fama de sábio e santo gozava, que Papas e Bispos, Imperadores e Reis, o procuravam ou com ele se correspondiam.

Verdadeiro asceta que era, aplicava as mais pesadas penitências à sua própria pessoa. Castigava a sua carne pelo jejum, pelo cilício e pela oração noturna, com o intuito de a sujeitar ao doce jugo de Cristo. Diferente era no modo de tratar o seu próximo, para quem era a bondade em pessoa. Os pobres e os pecadores eram os que mais desfrutavam esta virtude do seu coração paternal. Em socorrer os necessitados conhecia limites. Mais de uma vez distribuiu todas as reservas de abastecimento do mosteiro aos famintos. Em 1030, quando a peste assolou o país, para poder prestar auxílio aos mais indigentes, vendeu os vasos sagrados de alto valor e nem poupou a preciosíssima coroa, que do imperador Henrique II de presente recebera. Como não achasse suficientes estes sacrifícios, foi em pessoa procurar aos príncipes e aos afortunados e pedir-lhes maiores subsídios. Aos seus pedidos emprestava a seguinte fórmula: "Uma vez que Cristo derramou o seu sangue para salvar-nos a nós, pobres e miseráveis, ao pobre não devemos deixar passar necessidade".

Em nada inferior ficou sua beneficência espiritual aplicada a pobres pecadores, que em suas aflições a ele recorriam. Só a Deus é conhecido o número desses infelizes, a quem abriu os tesouros da divina misericórdia. Quantos e quantas não foram os desventurados, que reconduziu ao caminho da virtude e da penitência, salvando assim suas almas para a eternidade.

Sendo ele mesmo homem de oração, muito se empenhou em elevar o espirito monástico-religioso no mosteiro de Cluny, e das suas filiais. Suas numerosas viagens, entre estas só 9 a Itália, seus encontros e suas relações com Papas, Imperadores (Othão III, Henrique II, Santo Conrado II e Henrique III), reis da França, da Hungria e Espanha, com Bispos, muito contribuíram para encaminhar a Reforma da Igreja e elevar a alto grau o prestígio da Ordem Beneditina. O número dos mosteiros sufragâneos de Cluny, de 37 se elevou a 65.

Grande foi a sua influência no estabelecimento da "trégua de Deus", no Sul da França e na Itália, isto é, da suspensão das hostilidades durante meia semana; e da "paz de Deus", que fazia cessar as rixas durante o advento e a quaresma.

Obra de Santo Odilo é a introdução na liturgia católica o dia de finados. Restrito primeiro à abadia de Cluny, rapidamente se generalizou em toda a Igreja (1030).

Pelo clero e o povo, eleito Arcebispo de Lion, como tal foi reconhecido e nomeado pelo Papa João XIX. Odilo formal e decididamente recusou este elevado cargo.

Na idade de 87 anos, em 31 de dezembro de 1048 terminou sua vida, tão rica de trabalho, virtude e santidade.

Reflexões

Para ganhar a glória do céu, Santo Odilo deu desprezo ao mundo e às suas vaidades, Renunciou o título de fidalgo, e a grande fortuna que lhe cabia por direito de herdeiro; para se garantir contra as seduções do mundo, pediu o hábito de S. Bento e procurou a solidão do claustro. Santificou-se por meio da mortificação, da oração, da recepção da SS. Eucaristia e das obras da caridade, confiante na promessa de Nosso Senhor: "Com a medida, que medirdes, vos será medido" (Lc. 6). Amigo dos pobres, das mãos dos necessitados se servia, para depositar seus bens no banco de Deus, sabendo que assim teria lucro cento por um, conforme disse Jesus: "Todo aquele que deixar a casa, os irmãos, ou as irmãs ou o pai ou a mãe, ou a mulher, ou os filhos ou as fazendas, por causa do meu nome, receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna" (Mat. 19).

Diariamente se consagrava à Maria Santíssima, a quem dirigia a seguinte oração, cheia de sentimento e fé: "Oh benigníssima Virgem e Mãe do Salvador de todos os tempos, quero ser vosso servo hoje e sempre. Sede minha auxiliadora e misericordiosa intercessora em tudo que interessa o bem de minha alma. Depois de Deus e fora de vós nada mais desejo. Vosso quero ser, disponde de mim como de vosso servo e de vossa propriedade".

Santos, cuja memória é celebrada hoje

S. Prisco, sacerdote do levita Prisciliano e de Santa Benedita, em Roma, decapitados por ordem do governo de Juliano, o Apóstata. Faleceu em 362.

Santa Dafrosa, Viúva e Mártir em Roma, esposa do prefeito e Mártir Fabiano e mãe de Santa Bibiana e Santa Demétria. Morto seu marido, foi exilada e decapitada sob o governo de Juliano. Faleceu em 362.

S. Mavilo, Mártir. Sofreu o martírio em Tunis, sendo atirado às feras. Faleceu em 212.

S. Rigoberto, Arcebispo de Rheims (França). Antes Abade de Orbais. Amante da disciplina e da justiça, energicamente se opôs às táticas abusivas de Carlos Martello, seu afilhado de batismo, na administração de bens eclesiásticos. Fol expulso do seu arcebispado e morreu no exílio no ano de 730.

S. Gregório Bispo de Langres (França). Antes senador de Autun, gozava da simpatia do povo por seu amor à justiça. Do seu matrimônio com Armentaria teve dois filhos: S. Tétrico, mais tarde Bispo de Langres, e Gregório, avô de São Gregório de Tours. Pela morte de sua esposa ordenou-se sacerdote e foi nomeado Bispo de Langres. Faleceu em 541. Padroeiro dos possessos, porque na sua vida há casos de cura de energumenos.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 4 de janeiro.

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