São Teodoto, Mártir
(† Séc. 4)
São Teodoto era natural de Ancira, na Galátia, e viveu no século quarto. Hoteleiro e negociante de vinho, era Teodoto homem de extraordinárias virtudes. Quando, em 303, rebentou a grande perseguição diocleciana, Teodoto, a despeito das leis em vigor, socorreu as pobres vítimas do furor pagão. A sua casa estava aberta para todos que procuravam um abrigo contra a onda, cada vez mais furiosa, da perseguição. Em pouco tempo ela veio a ser igreja, albergue e hospital. Embora houvesse proibição, sob pena capital, Teodoto dava piedoso enterro aos cristãos, que caíam sob os golpes furibundos dos perseguidores.
Em certa ocasião, indo à procura dos restos mortais do santo mártir Valente, entrou na casa do sacerdote Frontão. Este lhe pediu lhe arranjasse relíquias de mártires. Soube então que o prefeito tinha mandado prender sete virgens cristãs, entre as quais se achava Teocusa, por Teodoto venerada como mãe. Soube mais, que todas tinham sido sujeitas a um exame humilhante e vergonhoso e depois condenadas à morte. Teodoto, muito impressionado e entristecido com esta notícia, pediu ardentemente a Deus, que lhes desse constância e perseverança no martírio. Esta oração foi ouvida, pois todas sete foram afogadas num açude. No dia seguinte, acompanhado de dois cristãos, Políbio e Theocarides, se dirigiram ao lugar do martírio. Era noite escura. Chegando ao açude, sentiram se tomados de grande pavor. Uma voz, porém, fez-se ouvir, que lhes disse: "Prossegue no teu caminho, meu Teodoto!" Nisto viram uma cruz fulgente de luz. Caíram de joelhos e rezaram. Depois, conduzidos pela luz misteriosa, chegaram ao lugar onde se achavam os cadáveres. Tiraram-nos da água e enterraram-nos perto da igreja dos Patriarcas. Enquanto estavam assim ocupados, veio uma voz do céu, que lhes disse: "Tem ânimo, Teodoto! Deus escreveu teu nome entre os mártires".
A obra de Teodoto e dos companheiros era assunto geral das discussões e conversas da cidade toda. O prefeito, tendo dela notícia também, mandou vir Teodoto à sua presença. Este, prevendo o que ia acontecer, recomendou-se às orações dos cristãos, fez entrega das relíquias em seu poder ao sacerdote Frontão e apresentou-se ao prefeito.
Bem de propósito os soldados o levaram ao lugar, onde se achavam os horríveis instrumentos, com que tinham sido martirizados já muitos cristãos. O prefeito intimou-o a que abandonasse a religião de Cristo e corroborou a intimação com lisonjeiras promessas. Teodoto, porém, negou-se peremptoriamente a transigir, e fez calorosa defesa do cristianismo, na presença do juiz.
Este deu, então, a sentença. Teodoto, agarrado pelos soldados, foi esticado sobre o cavalete. Outros algozes, armados de arpões, rasgaram-lhe as carnes e deitaram vinagre nas feridas. Ainda outros, chegaram com tochas acesas e queimaram-lhe horrivelmente o corpo. O prefeito, que assistiu a este martírio, vendo que Teodoto virava a cabeça, para não respirar a fumaça da carne queimada e querendo ver nisto um sinal de fraqueza, disse ao mártir: "Já se acabou tua coragem, de que tanto te gabaste?" O Santo respondeu-lhe: "Enganaste. Lastimo à insuficiência dos teus tormentos. É preciso que inventes outros, para provar a minha constância ou convencer-te de vez do poder de Jesus Cristo, que me dá força para sofrer".
Ditas estas palavras, à força de pedras foram ao santo quebrados os dentes, e neste mísero estado, o levaram ao cárcere. No caminho para lá, passando pela praça pública, o santo Mártir convidou aos que o acompanhavam, para que dessem louvores a Jesus Cristo. "É justo, — disse-lhes — que ofereçamos a Jesus Cristo os nossos sacrifícios, pois ele sofreu também por nós".
Cinco dias depois, conduzido outra vez à presença do prefeito, este deu ordem para que lhe fossem abertas de novo todas as feridas. Em seguida os algozes tomaram Teodoto e deitaram-no sobre brasas, misturadas com cacos de vidro. Horrível foi o sofrimento, mas insuperável também a constância do Mártir. O próprio prefeito, dando-se por vencido, envergonhou-se, e deu ordem para terminar o triste espetáculo. Foi então que um dos soldados cortou a cabeça de Teodoto.
O corpo do Mártir foi colocado sobre um monte de lenha. Ninguém, porém, se atreveu a pôr fogo, porque apareceu uma grande luz, que o envolveu todo. Mais tarde, quando os guardas se entregaram ao sono, o sacerdote Frontão tirou o corpo de Teodoto e sepultou-o cristãmente.
As últimas palavras que Teodoto dirigiu aos circunstantes, foram as seguintes: "Senhor Jesus Cristo, Criador do céu e da terra, que não desamparais aos que em vós confiam; graças vos dou, porque vos dignastes de tornar-me cidadão da cidade celeste e participante do vosso reino. Graça vos rendo, de me terdes dado vencer o dragão. Dai paz aos vossos servos e fazei que eu seja a última vítima do furor dos vossos inimigos. Dai à vossa Igreja a bonança, e livrai-a da tirania de satanás!" Virando para os cristãos que se achavam presentes, disse: "Não choreis, antes louvai a Deus Nosso Senhor Jesus Cristo, que me fez terminar a minha jornada e vencer o inimigo".
Reflexões
Lendo com atenção a história da Igreja, que por entre as perseguições mais cruéis e imagináveis, atravessou os primeiros três séculos, pode-nos parecer que Deus, tendo o interesse de salvar a humanidade, escolheu para isso meios pouco adequados. Os Apóstolos, cumprindo ordem do Mestre, foram levando a nova doutrina para outros países e pregaram o Evangelho entre os pagãos. Estes os receberam mal e tudo fizeram para frustrar-lhes o trabalho, e onde o cristianismo conseguira deitar raízes, abriram furiosa campanha contra ele, empregando todos os meios de violência para erradicá-lo. Os planos de Deus são diferentes da dos homens. O que aos homens podia parecer contraproducente, Deus julgou-o necessário. Necessárias foram as perseguições, para converter os cristãos da caducidade das coisas terrenas e fazê-los apreciar as coisas do céu. Nas perseguições de toda sorte, os cristãos compreenderam que os bens deste mundo: poder, honras e riqueza, podem muito bem ser a distinção dos maus, devendo os amigos de Jesus desapegar-se destas coisas, procurando a felicidade unicamente na prática do bem, de acordo com as máximas de Jesus. Assim aconteceu que o sangue dos mártires viesse a ser a semente de novos cristãos. Os perseguidores, por sua vez, convenceram-se da improficuidade das violências aplicadas contra uma obra evidentemente divina. Parece em nossos dias ter-se iniciado nova época de perseguição e de martírio. Não mais é o paganismo que levanta a cabeça contra a Igreja de Cristo, mas em seu lugar apareceu o materialismo, o comunismo ateu, que por lema tomou exterminar a religião, extinguir o nome cristão. A centenas contam já as suas vítimas. Também para os inimigos modernos de Cristo e do seu Reino virá o dia de se convencerem da insânia da sua faina satânica. Chocarão contra a pedra do Calvário e da Igreja e, desesperados e humilhados serão testemunhas da vitória final do Sagrado Coração de Jesus.
Santos, cuja memória é celebrada hoje
Em Roma, o martírio do sacerdote Marcelino e do exorcista Pedro. Nos cárceres ganharam muitos para a religião de Cristo. Após muitas torturas ditadas pelo Juiz Sereno, foram decapitados.
Em Lyão, o martírio de muitos cristãos entre os quais por uma firmeza extraordinária se distinguiram: o bispo Photino, o diácono Santo, os leigos Vécio Epágato, Maturo, Pontico, Biblides, Atalo e Alexandre e a mártir Blandina.
No Japão, o bem-aventurado Rifo Iximola, que em 1622 foi decapitado em Nagasaki junto com o bem-aventurado Carlos Spinola.
No mesmo ano e no mesmo lugar o martírio de Tomás Xiquiro.
Em Cocura, Japão, foram crucificados Tomás Guangoro, sua mulher e um filho. 1620.
Em 1619 morreu pela espada Tomás Coteda, da família real Firando. Aluno dos padres Jesuítas, viveu muito tempo no exílio em Nagasaki.
Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.
Comemoração: 2 de junho.
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