Santo de 12 de maio

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São Germano

São Germano, Patriarca

(† 733)

Filho do patrício Justiniano, Germano nasceu no sexto século. O pai morreu vítima da crueldade do imperador Constantino Progonato, que maltratou também a Germano. Vendo, porém, os merecimentos deste, compadeceu-se dele e deu-lhe uma colocação entre os clérigos da Catedral. De procedimento exemplar, era Germano um modelo de virtude, para todos que o conheciam. Pelo fim do sétimo século, foi elevado à Sé Episcopal de Cízico, no Helesponte, onde se distinguiu pela excelente defesa que fez da fé, contra a seita dos Monotelitas, os quais o obrigaram a comer o pão do exílio, durante vários anos. Em 715 foi pelo imperador Anastácio chamado à Constantinopla, para substituir o falso patriarca João. Grande foi o júbilo da população inteira e do clero, quando Germano fez entrada solene na metrópole do Oriente.

Quando as paixões políticas derrubaram trono de Anastácio, também Germano foi exilado, embora por pouco tempo. O sucessor de Anastácio, Teodósio, sentindo-se sem forças para tomar as rédeas do governo, renunciou a favor de Leão, o Isaurio. Este foi coroado imperador, depois de feita a declaração de proteger a fé católica, promessa que aliás não cumpriu; pois já no ano de 725 iniciou a campanha contra o culto das imagens.

Germano opôs-se com toda a energia a essa perseguição sacrílega. A luta tomou feições muito sérias. O Patriarca defendeu, no púlpito e em escritos, a doutrina da Igreja Católica sobre o culto das imagens. Em conferências particulares que teve com o imperador, mostrou a este a inconveniência e criminalidade daquele proceder. Não conseguiu, porém, mudar as ideias do iconoclasta. Quando, em 730, Leão exigiu do Patriarca a assinatura de um decreto que determinava a destruição das imagens sacras, Germano declarou: "Senhor, tomar uma medida contra a fé, é-me impossível". Esta profissão de fé acarretou ao octogenário, não só o ódio do imperador, mas a expulsão de Constantinopla, em condições mui humilhantes. Germano retirou-se para Platino, onde possuía uma herança paterna e chorou a infelicidade da Igreja. Morreu aos 12 de maio de 733 com 90 e poucos anos de idade.

Reflexões

S. Germano em defesa das imagens santas, opôs resistência tenacíssima aos iconoclastas, negando-se peremptoriamente a assinar uma proibição imperial, que tinha por objeto o culto das Imagens. A Igreja Católica, nos concílios de Nicéia e Trento, aprovou e recomendou o culto das imagens. A doutrina da Igreja Católica sobre as imagens e respectivo culto, está resumida nos seguintes pontos: 1 — As Imagens não são ídolos, a que os fiéis devam render homenagem. Imagem nenhuma possui um poder oculto ou latente, em virtude do qual se lhe deva prestar culto e veneração. 2 — É proibido fazer petições às imagens e nelas depositar uma confiança como se fossem doadores de graças e benefícios. A imagem deve ser para o católico um meio, um instrumento, que lhe facilite elevar os pensamentos acima desta terra, às coisas sobrenaturais e divinas. 3 — A veneração, o respeito que se tem às imagens, tem por objeto, não a imagem como tal, mas a pessoa por ela representada, isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo, sua santa Mãe e os Santos. A imagem não é nada mais que imagem, que nos lembra os benefícios que Deus dá à criatura humana; lembra-nos o poder dos Santos, como amigos de Deus e suas virtudes, que devemos imitar. Nada, pois, tem o culto das imagens com a idolatria ou superstição.

Santos, cuja memória é celebrada hoje

Em Roma, na Via Ardeatina, os santos mártires Nereu e Aquileu. Irmãos, estavam ambos em serviços de Santa Flávia Domitila; com a qual partilharam as tribulações do exílio na ilha Ponza, para mais tarde sofrerem o martírio do fogo e da espada.

Em Roma a memória de S. Dionísio, tio de S. Pancrácio.

Na Sicília, a festa de S. Filipe Argirião, que converteu ao cristianismo a maior parte da ilha. Sua intercessão é poderosa em casos de possessão diabólica. sec. 5º.

A bem-aventurada Joana de Portugal, filha do rei Afonso V. Entrou na Ordem de S. Domingos e faleceu em 1490.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 12 de maio.

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São Pancrácio

São Pancrácio, Mártir

(† 304)

Tudo que pode haver de edificante na vida de um jovem, é encontrado na de S. Pancrácio, um dos mais gloriosos mártires do século quarto, Natural de Symnado, na Frígia, era filho de pais nobres e ricos. O pai, que durante muitos anos ocupava altas e honrosas posições no governo de Diocleciano, que muito o estimava e com sua amizade pessoal o distinguia, dando preferência à sua fé em Jesus Cristo, pagou esta fidelidade com o martírio. Pancrácio não chegou a conhecer seu progenitor. Criancinha de poucos meses, foi por este confiado aos cuidados do seu fidelíssimo irmão Dionísio. Embora pagão, Dionísio se dedicou de corpo e alma à educação do seu sobrinho, a quem devotava a mais terna amizade e verdadeiro afeto paternal lhe dispensava.

Passados alguns anos, transferiu sua residência para Roma, unicamente no interesse de a Pancrácio poder proporcionar ocasião de se relacionar com exímios professores e os elementos da alta sociedade. Já corriam rumores acerca das pretensões de Diocleciano, de querer exterminar o cristianismo, e de todos os seus súditos exigir homenagens divinas à sua pessoa.

A pouca distância da opulenta vivenda de Dionísio, morava oculto o Papa Marcelino, hóspede de um cristão, cujo ofício era de carpinteiro no palácio imperial. Vizinhos assim que eram do Chefe da Cristandade, não lhes podiam ficar desaparecidos as muitas visitas que viam entrar naquela casa, homens e mulheres de todas as classes, e sempre nas horas da noite. Depois de muito indagar, chegaram a saber, que estas pessoas eram cristãos, que ali se reuniam para celebrar os mistérios da sua religião. Dionísio, já fortemente inclinado ao Cristianismo, Pancrácio, filho de mártir, ouvindo muito boas referências a respeito do Papa, nutriam ardente desejo de pessoalmente o conhecer. Para a casa do carpinteiro se dirigiram, ao porteiro Eusébio perguntaram se conhecia o Pai dos cristãos e onde o podiam encontrar. Eusébio respondeu: "Porque me perguntas tal coisa?" Ao que Dionísio retrucou: — "Nada receies; não somos espiões; estamos a querer conhecer a religião cristã, e, se boa a acharmos, nela iremos procurar a nossa felicidade". — Vendo-os assim, bem intencionados, Eusébio abriu-lhes a porta e disse: — "Entrai em nome do Senhor!" Deus vos faça encontrar, o que para muitos é causa de desprezo.

A recepção que tiveram da parte do Papa, foi cordialíssima, e a audiência terminou com o convite deste para renovar a visita, quantas vezes quisessem. Durante vinte dias consecutivos ouviram, as explicações da doutrina cristã, e passados eles, foram admitidos ao Batismo e ao culto divino nas catacumbas.

Neste ínterim apareceu afixado nas paredes dos edifícios públicos o decreto imperial determinando a perseguição dos cristãos. Em poucos dias registraram-se numerosos casos de prisão de fiéis. Os instrumentos de tortura e de morte trabalharam incessantemente, e o sangue dos cristãos correu abundante.

A Dionísio e Pancrácio o próprio Papa aconselhou a retirar-se de Roma, e procurar um sítio seguro no campo. Preferiram, porém os dois, não abandonar o lugar, onde receberam o sacramento da salvação.

As comoções profundas, que Dionísio experimentava, ao ver a brutalidade com que os cristãos eram tratados, eram fortes demais, para seu coração, sensível e compassivo as suportar, e num desses dolorosos acessos morreu. A seu pupilo e muito querido Pancrácio fez prometer fidelidade absoluta na fé, embora isso implicasse o martírio, e confiou-o aos cuidados de S. Sebastião.

Pancrácio cumpriu pontualmente a determinação do testamento de seu tio. A mãos cheias fez distribuição dos seus bens entre os pobres e necessitados. Era inesgotável em descobrir meios para mitigar a dor dos que sofriam, consolar os aflitos, e socorrer os necessitados. Foi preciso S. Sebastião moderá-lo em seu zelo sem freio e limites.

Havia de chegar também o seu dia, e chegou. Houve quem o denunciasse como cristão. Pertencendo à nobreza romana, sua prisão se subtraia à competência das autoridades policiais. Havia de se justificar perante o imperador, e este o citou diante o seu tribunal. Antes de lá se apresentar, alegremente foi pedir a bênção do Papa. Este muito o animou para a luta que o esperava, deu-lhe a santa comunhão e despediu-o com o ósculo da paz.

Quatorze anos contava Pancrácio. Jovem belo, aparência prometedora e simpática, cristão fervoroso e decidido, assim foi ter com o imperador. Diocleciano, vendo em sua presença, o guapo mancebo, filho de quem outrora contava entre os seus melhores amigos, deu lugar em seu coração a sentimentos humanos e empregando termos de ternura, a Pancrácio assim falou: "Meu caro jovem, é verdade, que ouço dizer, que te deixaste enganar pelos cristãos? Bom; tens em teu favor tua mocidade inexperiente; por ela estás desculpado; mas espero que, compreendendo o teu erro redundante em profanação da tua nobreza, te resolverás a voltar para os nossos deuses; terás pena de tua vida jovem, e eu te favorecerei. Aceita a mão de quem te quer bem, e não me obrigues a justificar em teu sangue o rigor das nossas leis". Pancrácio, com timbre argentino de sua voz juvenil respondeu: — "Imperador, enganais-vos em supor que me deixei iludir pelos cristãos. Só pela misericórdia de Deus cheguei a conhecer a salvação; sou menino de quatorze anos apenas, mas saiba o Senhor que Nosso Senhor Jesus Cristo reparte as suas graças não pela escala dos anos, mas segundo a sua bondade e sabedoria. Coragem e entendimento ele nos dá, para não ligarmos às ameaças dos imperadores maior importância que um fogo pintado. Exigis de mim, que preste adoração aos deuses e às deusas da vossa veneração. Ainda bem, que os sois melhor, que eles são". As palavras de Pancrácio o imperador as interpelou de insultuosas e atrevidas e, sem mais nem menos ordenou sua imediata decapitação na rua Aurélia.

A terrível sentença fez o semblante angélico do jovem se cobrir de santa alegria, e prontamente Pancrácio se pôs à disposição do carrasco. Logo que chegou ao lugar da execução, o mártir se ajoelhou e, mãos e olhos elevados ao céu, disse: "Graças vos dou, ó Jesus pelo dom da fé e pela honra de me terdes aceito entre os vossos servos". Sem a menor relutância entregou sua cabeça ao cutelo do algoz.

Uma piedosa viúva, de nome Octavila se encarregou de dar sepultura ao corpo na catacumba de Calepódio, que em seguida teve seu nome mudado em Catacumba de S. Pancrácio.

S. Gregório de Tours dá ao nosso Santo o título de "vingador dos perjúrios", referindo-se a um costume romano, segundo o qual eram conduzidos ao túmulo de Pancrácio as pessoas que tinham prestado um juramento. Se este fora falso, o perjúrio, ou caía morto instantaneamente ou para casa voltava possesso de um demônio, que o atormentava durante toda a sua vida.

Em Roma, na Itália, na França, na Espanha, na Inglaterra e na Alemanha existem muitas igrejas dedicadas ao santo jovem-mártir Pancrácio.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 12 de maio.

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