Santa Inês de Monte Pulciano, O.P.
(† 1317)
Inês de Monte Pulciano nasceu em 1277, filha de pais abastados da família dos Segni. Muito criança ainda, Inês manifestava uma grande inclinação à oração, de que todos se admiravam. Quando chegou o tempo de a menina aprender a rezar o Padre Nosso e a Ave Maria, era coisa muitas vezes observada, que ela se separava dos outros, se ajoelhava em um canto da sala e rezava estas orações. Se lhe perguntava o que fazia, a resposta era: "estou aprendendo minha lição". Olhar para o crucifixo ou ver uma imagem de Nossa Senhora, causava-lhe um prazer muito grande. Seis anos não tinha completos ainda, quando manifestou aos pais a vontade de ser religiosa. Este amor ao estado religioso aumentava-lhe com a idade. Os pais não fizeram oposição alguma a esta aspiração da filha e, tendo ela nove anos entregaram-na às religiosas de S. Domingos.
Como religiosa, tanto se distinguiu na prática das virtudes, principalmente pelo amor à oração e pela obediência, que uma superiora visitadora não hesitou em elogiá-la publicamente e dizer que desta filha esperava não ser uma glória menor para a Igreja, que a grande mártir Santa Inês. Ainda não contava dezesseis anos, quando as religiosas de Proceno, tendo conhecimento de sua extraordinária santidade pediram lhes fosse dada por superiora. O Papa Nicolau VI, anuindo ao pedido das freiras, ratificou a eleição, e Inês ficou sendo superiora daquela comunidade.
Ela sabendo que a superiora de uma comunidade religiosa deve ser modelo de perfeição para as Irmãs, uma vez investida neste cargo, redobrou de esforços na aquisição das virtudes, principalmente da penitência, da humildade e do recolhimento religioso. Praticava constantemente o jejum; o pavimento servia-lhe de leito para o descanso, e uma pedra de travesseiro.
As flagelações a que sujeitava o corpo, eram tão repetidas e duras, que os confessores se viram obrigados a impor-lhe severa moderação. A oração era-lhe a ocupação predileta e sempre lhe parecia pouco o tempo que dedicava a estes colóquios da alma com Deus. Na aparência e nos modos tinha algo de angélico, que a todos atraía e encantava.
Em Monte Pulciano havia uma casa, ocupada por mulheres de mau procedimento. O desejo de Inês era que essa casa fosse transformada em Convento. O que ninguém ousava esperar que fosse possível um dia ser fato, se realizou, devido à grande influência da Santa. As pecadoras converteram-se; a casa transformou-se em convento, onde Inês soube implantar ordem e virtude. As contínuas e cruéis penitências: que se infligia, muito concorreram para o rápido enfraquecimento do seu organismo. Uma doença dolorosa foi a anunciação do desenlace, que ia levar-lhe a alma aos páramos da eterna glória. Inês preparou-se com o maior cuidado para o dia da morte e, embora fossem cruciantes as dores que sofria, no semblante se lhe lia contentamento e alegria. Inês morreu na idade de quarenta anos. Uma das últimas recomendações que deixou às religiosas, foi esta: "Minhas filhas, amai-vos umas às outras, pois a caridade é o sinal dos Filhos de Deus..." A morte de Inês foi conhecida na cidade pela boca das crianças, que exclamavam: "Morreu Inês, a Santa!" O túmulo tornou-se-lhe glorioso. Registraram-se muitos benefícios extraordinários, que Deus se dignou de conceder aos fiéis por intercessão de Inês. Curas milagrosas de doentes, a ressurreição de uma criança que tinha morrido afogada, a conversão de grandes pecadores, são fatos que mais ainda provaram e confirmaram a santidade da grande serva de Deus.
Reflexões
Bom sinal da futura santidade é ser a criança amiga da oração. A oração é a vida da alma. Pela oração é garantida a assistência da graça divina, em todas as circunstâncias. Quem pode prescindir do auxílio divino? Tolos, pois, são aqueles que desprezam a oração, julgando-a supérflua. De Santa Inês diz a biografia, que se aplicava sempre ao maior recolhimento, quando fazia as orações. Em toda a aparência exterior predominava aquele recolhimento, que S. Paulo tanto recomendava aos cristãos de seu tempo. A modéstia — é uma virtude que agrada a Deus e aos homens. "Nos nossos atos — diz Santo Agostinho nada deve haver que possa escandalizar ou razoavelmente desgostar ao próximo. A modéstia cristã é um baluarte contra a dissipação, com o cortejo das suas más consequências. A oração une-nos a Deus, fazendo descer sobre nós suas graças.
Santos, cuja memória é celebrada hoje
Convertidos ao Cristianismo por Santa Domitila, morreram mártires em Roma, Sulpicio e Serviliano no tempo do imperador Trajano.
Em Tomi, na Rumânia, o santo bispo Teótimo, amigo e contemporâneo de São João Crisóstomo, no tempo do imperador Teodósio. Trabalhou como missionário entre os scitas. 5.° sec.
S. Marcelino, primeiro bispo e fundador da Igreja de Embrun, na França. Vindo da África, pregou o Evangelho na Daufiné. 374.
Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.
Comemoração: 20 de abril.
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