Santo de 28 de maio

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Santo Agostinho de Canterbury

Santo Agostinho de Canterbury, o Apóstolo da Inglaterra

(† 604)

Agostinho, o santo Beneditino, é na história das Missões conhecido como o Apóstolo da Inglaterra. Verdade é, que já antes do império de Constantino o cristianismo fizera sua entrada naquele país, como testemunham os três bispos de York, Londres e Lincoln, quando presentes no concílio de Arles (314). Os aborígenes da Inglaterra, os bretões celtas, estavam bem organizados cristãmente, mas sentindo-se constantemente molestados pelos vizinhos pagãos, os Pictos e Scotos, chamaram em sua defesa os anglo-saxões, como estes, pagãos. Os anglo-saxões que vinham do norte da Alemanha de defensores que deviam ser, tornaram-se senhores do país, e deslocaram os primitivos habitantes das suas propriedades, obrigando-os a se estabelecer nas províncias do oeste, em Wales, Cornal e Norte da França, chamado Armorica, que teve seu nome mudado em "Bretagne", denominação que lhe ficou até os nossos dias. Com esta invasão de elementos pagãos estava o cristianismo condenado a desaparecer e desapareceu. Quem iria levar aos audaciosos conquistadores pagãos as bênçãos do cristianismo, se a Santa Sé para isto não tomasse a iniciativa? Esta iniciativa foi tomada, e é ao Papa, que a Inglaterra deve sua civilização cristã, de que foi portador o monge beneditino Agostinho.

Governava a Igreja o grande Gregório, da mesma Ordem de S. Bento. Teve ele notícia do enlace de Etelberto de Kent, do mais poderoso monarca da heptarquia anglo-saxônica, com a cristã Berta, filha de Ceriberto, rei de Paris, falecido na excomunhão. Gregório, quando abade do seu mosteiro em Roma, ardia em desejo de como missionário ser enviado a Inglaterra para pregar a doutrina de Cristo aos Anglos. Não lhe foi dado, realizar em pessoa esta missão, mas elevado a cadeira pontifícia, com seu sucessor Agostinho insistiu, para que este se incumbisse da tarefa de apóstolo da Inglaterra. Agostinho, com 39 monges, em 596, pôs-se a caminho, e por cautela, foi primeiro ter com alguns Bispos e Grandes da Glória, que todos, unanimemente por diversos motivos lhe desaconselharam prosseguir viagem e realizar fundações na Inglaterra. Disto sendo o Papa informado, com mais empenho insistiu no prosseguimento da missão; muito animou os missionários e muniu-os de valiosas recomendações.

Levaram consigo bons intérpretes e no mesmo ano chegaram à ilha de Tanet, onde o próprio rei os veio visitar, e licença lhes deu para encetar sua atividade missionária. Fez mais: convidou-os para fazer uma fundação na capital Doroverno, hoje chamada Canterbury, onde existia uma igrejinha dedicada a S. Martinho, na qual a rainha costumava fazer exercícios de piedade. Em breve a cidade de Doroverno veio a ser o centro da missão e já em junho de 597 o rei recebeu o sacramento do batismo.

Ao Vigário Apostólico das Gálias, ao arcebispo Virgílio de Arles, Agostinho se pôde apresentar, portador do mais lisonjeiro relatório da missão beneditina na Inglaterra. O mesmo Prelado, por ordem do Papa, conferiu-lhe a sagração episcopal. De Roma vieram missionários em maior número, ricamente provisionados pelo próprio Papa. Já na festa do Natal de 597 foram batizados 10.000 anglos. A Missão se desenvolveu admiravelmente, tanto que Gregório em 601, enviou ao zeloso missionário o Palium, com as faculdades de criar dioceses na Inglaterra. Existia o plano de estabelecer duas Metrópoles, as de Londres e York com 12 bispados sufragâneos. Sendo, porém, Canterbury o centro político, permaneceu a sede arquiepiscopal até no ano de 1850, quando foi criada a arquidiocese de Westminster. Das outras criações efetivaram-se apenas duas, a da diocese de Londres (604) sendo Melito o primeiro Prelado, e a de Rochester, com o primeiro Bispo Justo.

Agostinho se conservou sempre em vivo contato com o Papa Gregório, quer por correspondência, quer por comissários e delegados. De Sua Santidade pediu instruções, as mais minuciosas. Célebres tornaram-se as decisões do Papa sobre a liceidade de acomodações a usos e tradições dos pagãos.

Regras e determinações regulamentares deste gênero datadas daquele tempo tiveram sua aplicação em outros campos da ação missionária medieval, e são novamente tomadas em consideração.

Santo Agostinho possuía o dom de milagres. Referindo-se a este carisma, o Papa lembrou-se da misericórdia de Deus que a confere não como um privilégio pessoal, mas antes para converter os pagãos e fortificar os fiéis na fé, que abraçaram. Aos sacerdotes bretões, por se terem negado a lhe prestar auxílio na obra da conversão dos anglo-saxões, predisse grave castigo que sobre eles viria. Disse-lhes: Não quisestes comunicar a vida aos Anglo-saxões; pois serão eles que vos trarão a morte". Pouco tempo depois o rei Etelfredo de Northumbria atacou os bretões e mandou passar pelo fio da espada 1.200 sacerdotes por terem tomado parte numa campanha contra ele. O mosteiro de Bangar foi reduzido a um montão de ruínas.

Santo Agostinho morreu em 604. Sua memória é celebrada em 28 de maio.

Reflexões

Na vida e no apostolado de Santo Agostinho temos mais uma prova de que a maior parte do povo inglês deve a sua civilização cristã ao Papado, do qual tão atrozmente se viu separado no século 16 pela apostasia do seu rei. Muito se tem rezado e muito se reza pela recatolização da Inglaterra, e há bons indícios de a nação inglesa encontrar o caminho da feliz volta.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 28 de maio.

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São Germano

São Germano, Bispo

(† 576)

Natural de Autun, na França, Germano viu a luz do mundo no século quinto. Este santo, modelo de Bispo católico, teve uma proteção extraordinária da Divina Providência, como demonstram vários fatos da sua vida. O seu nascimento é o primeiro nesta série. A mãe de Germano, por motivo que ignoramos, tentou contra a vida do fruto das suas entranhas e, uma vez nascida a criança, esta encontrou em sua avó (ou outros dizem ainda na própria mãe) uma inimiga de morte. Em certa ocasião, esta encheu de vinho dois copos, adicionando veneno a um deles e industriou a empregada a dar o vinho envenenado a Germano e o outro copo ao companheiro, quando ambos voltaram da escola. A empregada trocou os copos e daí resultou a morte do outro menino. Depois deste fato alarmante Germano achou agasalho na casa do primo Scapilião, que lhe dispensou todas as atenções e carinhos, que a casa paterna lhe negava.

Germano foi um modelo de pontualidade, aplicação e piedade, tanto que, ofereceu e administrou as ordens sacras. O sucessor do Prelado, Nectário, nomeou-o abade do mosteiro de S. Sinforiano, em Lazy.

Como abade, dirigiu os religiosos mais pelo exemplo, do que pela palavra. A extraordinária caridade que revelava, correspondeu-lhe o auxílio divino, não menos extraordinário.

O Bispo de Autun, dando ouvidos a vis calúnias levantadas contra o servo de Deus, mandou encarcerá-lo. As portas de ferro da cadeia abriram-se por si, dando a Germano livre regresso. Germano, porém, deixou-se ficar na prisão, até que o Bispo viesse, lhe reconhecesse a inocência e a absolvesse.

Grandes milagres Deus operou por intermédio do seu fiel servo. Assim foi apagado um grande incêndio no mosteiro, por umas gotas de água benta, que S. Germano deitou nas chamas.

Conhecidíssimo na França, Germano foi convidado a aceitar a diocese de Paris, vaga pela morte do bispo Eusébio. A nova dignidade não determinou mudança alguma nos modos de vida do Prelado. Austero e rigoroso para si, era a caridade personificada para com todos.

O rei Childeberto, pelas orações do santo Bispo, recuperou a saúde, fortemente abalada. Para testemunhar-lhe gratidão, construiu uma igreja magnífica, com um convento. O grandioso Seminário de Paris, é provável, deva a existência a S. Germano.

O rei Clotário, sucessor de Childeberto, tendo a princípio ignorado o Bispo, dele se lembrou quando grave doença o acometeu e pela oração e benção do mesmo, readquiriu a saúde.

O sucessor de Clotário, Charisberto, serviu de grande escândalo à nação inteira, por ter abandonado a legítima esposa e tomado outra mulher para a sua companhia. Germano insistiu com muitos rogos, para que fosse removida a pedra de escândalo. Debalde. A excomunhão, que afinal foi lançada contra os adúlteros, não teve melhor resultado, mas aconteceu que ambos tivessem uma morte bem triste, tendo-os Deus chamado repentinamente perante seu tribunal. Por uma graça especial Deus revelou ao seu servo o dia da morte. Germano preparou-se com muito esmero e morreu em 576, na idade de 80 anos. O corpo do Santo descansa na célebre abadia Saint Germain.

Reflexões

1. Admirável é a obra da Divina Providência na vida de São Germano. Ameaçado na sua existência pela própria mãe, educado depois pelo primo, cujos ensinamentos e exemplos lhe indicaram o caminho da vocação sacerdotal: a entrada para o convento; elevação à dignidade de abade e bispo; como tal o mestre, guia e consolador de milhares de almas; — quem é que numa vida tão extraordinária, como foi a de São Germano, não reconhece a mão divina? Também a nossa vida obedece perfeitamente ao plano traçado pela Divina Providência. Não há acaso, nem sina. Nada acontece, "porque havia de acontecer assim mesmo". Nada acontece que Deus não saiba, e tudo o que acontece, entra no plano da Providência. "Não se perderá um cabelo da vossa cabeça", sem que vosso Pai não o saiba. (Le. 21, 18). "Olhai como crescem as açucenas: não trabalham nem fiam: e, contudo, eu vos afirmo, que nem Salomão em toda sua glória, se vestia como uma delas. Se, pois, o feno, que hoje está no campo e amanhã se lança no forno, Deus o veste assim, quanto mais a vós, homens de pouca fé". (Lc. 12, 27, 28). Tende muita fé na Divina Providência, que vela sobre vós. "Aos que amam a Deus, todas as coisas lhe contribuem para o bem". (Rom. 8, 28).

2. S. Germano recorreu à água benta, para extinguir um incêndio. Casos análogos encontramos, às centenas, na vida dos Santos. A Igreja benze a água e as orações que formula nessa benção, traduzem a grande fé que tem neste sacramental. Deus atende às orações da sua Igreja e assim se explica o grande poder e a admirável eficácia da água benta. O uso da água benta era conhecido já nos primeiros séculos da Igreja. Não a desprezeis, imitando o exemplo dos que querem ser mais sábios que os cristãos de todos os séculos. Tomai água benta muitas vezes e com grande fé, de manhã e de noite, ao começar os vossos trabalhos, nas tentações, quando entrardes na Igreja e dela sairdes. É costume aspergir doentes e moribundos, porque está provado pela experiência que a água benta afugenta os espíritos malignos. "Aspergimos os fiéis e as casas com água benta, para expulsar ou afastar os maus espíritos e suas insidiosas perseguições. (Hugo de S. Vitor).

Santos, cuja memória é celebrada hoje

Na Ilha Sicília, os santos mártires Emílio, Felix, Priamo e Luciano. Soldados de Cristo, com Cristo venceram. 1º séc.

Em Corinto, a mártir Santa Helconides. Com grande heroísmo sofreu as torturas, das quais cada uma significa um martírio por si, até a última, que era a decapitação. Séc. 3º.

O bem-aventurado João Shert, mártir, aluno do Colégio inglês em Roma. Ordenado sacerdote, como missionário apostólico voltou para Londres, onde se viu em grande incompatibilidade com as leis iníquas da rainha Isabel. Foi condenado à forca e esquartejado. 1582.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 28 de maio.

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